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Buddy Guy Revela Experiência em “Pecadores” e Preserva o Legado do Blues

Buddy Guy Revela Experiência em "Pecadores" e Preserva o Legado do Blues

Ele tem o blues, e as cicatrizes para provar. Em uma participação especial surpresa no final de “Sinners” (alerta de spoiler!), descobrimos que Sammie, interpretado na juventude nos anos 1930 por Miles Caton, sobreviveu à longa noite de terror do filme — em parte graças a uma guitarra resonator usada como arma. Anos depois, ele reaparece como um homem que toca e se parece muito com… Buddy Guy. E sim, é o próprio Buddy Guy, aos 88 anos, ainda em atividade e, sem dúvida, o guitarrista de blues mais lendário do planeta.

A Variety conversou com Guy por telefone direto de Chicago, sua cidade natal, onde ele ainda se apresenta em seu clube — assim como o idoso Sammie no filme. Brincando, Guy diz: “Se mais pessoas falassem como você, talvez eu considerasse virar ator.” Mas logo corrige: “Não, isso é só uma piada minha.”

Antes de mergulharmos na conversa com Buddy, vale destacar as palavras de Ludwig Göransson, compositor e produtor musical do filme, que trabalhou com Guy na canção “Travelin'”, tocada no final. Um mês antes das filmagens, Göransson visitou o clube de Guy em Chicago para trocar ideias musicais e histórias sobre lendas como Son House, uma das inspirações do diretor Ryan Coogler. No primeiro dia de gravações em Nova Orleans, Buddy Guy enfrentou uma maratona de 12 horas, incluindo diálogos e cenas técnicas com Michael B. Jordan e Hailee Steinfeld. “Quando ele finalmente tocou a guitarra, foi mágico. Todo o set ficou em silêncio — arrepiante”, relembra Göransson.

Apesar da idade, Guy impressionou a equipe. “Mesmo quem não sabe quem ele é sente que está diante de algo especial, como um mágico executando seu truque”, reflete o produtor. E Buddy Guy segue na estrada: sua turnê “Damn Right Encore” passa pelo Cerritos Center em Los Angeles no dia 10 de agosto.

Buddy Guy: O blues, o cinema e a missão de uma vida

Na entrevista, Guy revela curiosidades sobre as filmagens: “Fiquei surpreso com a maquiagem das cicatrizes. Quando era criança, adorava faroestes — nunca imaginei que um dia estaria num filme!”. Sobre o gênero de terror, ele ri: “Michael B. Jordan me assustou com seus dentes de vampiro!”

O convite veio em seu próprio clube: “Me ofereceram o papel de Sammie. Como não tenho estudo formal, levei tempo para decorar as falas, mas aceitei para manter o blues vivo.” Para Guy, essa é uma missão. “Rádios já não tocam blues. Meus netos só descobriram o que faço quando entraram no meu clube. BB King e Muddy Waters me pediram para preservar esse legado.”

Questionado sobre sua técnica impecável, Guy surpreende com humildade: “Ainda vejo jovens como Kingfish fazendo coisas que não consigo, mesmo após 70 anos com uma guitarra.” E desmitifica a aposentadoria: “Disseram que era minha turnê de adeus, mas ainda estou por aí. Bobby Rush e Willie Nelson me inspiram a continuar.”

E o ritual pré-show? “Um gole de conhaque só antes de entrar no palco. Fico nervoso, mas entrego o meu melhor.” Sobre o título de “astro de cinema”, ele ri: “Isso me dá arrepios. Só quero que o blues não morra.”


Este artigo foi inspirado no original disponível em variety.com
LEGADO DO BLUES IMPORTA?
SIM

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