Assassin’s Creed Shadows conquistou um bom desempenho nas lojas online e recebeu críticas geralmente positivas. PC Gamer, por exemplo, deu ao jogo uma nota 80 em sua análise, um resultado bastante respeitável.
Para celebrar, a Ubisoft decidiu abandonar a cautela e partir para o ataque, enfrentando de cabeça erguida uma das maiores polêmicas recentes nas redes sociais. A empresa, que antes tentava navegar cuidadosamente pelo debate, agora parece estar pisando em ovos com botas de combate — e rindo da situação.
Tudo começou quando a Ubisoft se viu no meio de uma discussão cultural sobre se jogos são “woke” ou não — um termo que, hoje em dia, parece significar qualquer coisa que inclua mulheres fora de um padrão arbitrário, opções de pronomes, personagens negros ou até mesmo a participação de empresas de consultoria no desenvolvimento. Em outras palavras, uma palavra que já perdeu quase todo o seu sentido.
Desta vez, o alvo foi a inclusão do samurai histórico Yasuke, um guerreiro negro que realmente existiu no Japão feudal. Ignorando o fato de que Assassin’s Creed sempre abraçou ficções históricas exageradas (ninguém acredita que Leonardo da Vinci realmente construiu um tanque de guerra, certo?), ou que Yasuke e personagens inspirados nele já apareceram em vários animes e jogos japoneses — como Guilty Gear Strive, onde ele é um vampiro mascarado com uma trilha sonora incrível.
Inicialmente, a Ubisoft tentou apaziguar os críticos, afirmando que a historicidade de Yasuke era “alvo de debate”. O CEO Yves Guillemot até garantiu que o estúdio não estava “promovendo nenhuma agenda específica”. Mas em novembro, o tom mudou. Marc-Alexis Coté, diretor da franquia, declarou: “Temos o desafio de separar feedback genuíno de ataques motivados por intolerância. Nossas equipes criativas enfrentam mentiras, meias-verdades e ataques pessoais.”
Agora, com o jogo lançado, a Ubisoft deixou de lado as respostas diplomáticas e partiu para o embate direto — inclusive com um bilionário da tecnologia. Elon Musk, dono do X (antigo Twitter) e fã declarado do sistema de troca de contas em Path of Exile 2, já havia criticado o jogo em junho do ano passado, dizendo que “Diversidade, Equidade e Inclusão matam a arte”.
Recentemente, ele atacou um streamer que fez uma promoção paga do jogo: “Hasan é uma fraude. ‘Vendido’ seria mais preciso. Ele está promovendo um jogo horrível só por dinheiro.” A conta oficial de Assassin’s Creed, porém, não ficou quieta e respondeu com ironia: “Foi o cara que joga sua conta de Path of Exile 2 que te contou isso?”
O duelo estava armado. Sob um céu avermelhado pelo pôr do sol, os dois lados se enfrentaram. Musk levou a primeira vantagem, com seu post atingindo 23 mil curtidas — um golpe superficial. Mas, como em um filme de samurai, a vitória final foi da Ubisoft: em 14 horas, a resposta da franquia acumulou mais de 440 mil curtidas, enquanto o jogo seguia seu caminho, triunfante.
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Este artigo foi inspirado no original disponível em pcgamer.com.