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Trabalhadores do Set de Cinema Se Reunirão em Apoio ao Incentivo Fiscal da Califórnia

Trabalhadores do Set de Cinema Se Reunirão em Apoio ao Incentivo Fiscal da Califórnia

Cerca de 1,5 mil profissionais da indústria cinematográfica e de TV devem se reunir neste fim de semana em Los Angeles para protestar em prol da recuperação de empregos perdidos, enquanto o setor ainda enfrenta uma desaceleração na produção de conteúdo. Líderes sindicais e empresariais pressionam por uma legislação que mais que dobre o incentivo fiscal à produção na Califórnia e amplie o programa para incluir sitcoms e animação. O governador Gavin Newsom propôs em outubro aumentar o subsídio de US$ 330 milhões para US$ 750 milhões, mas o projeto ainda precisa ser aprovado por uma legislatura com outras prioridades em pauta.

“Queremos manter a pressão sobre nossos políticos para garantir que eles levem isso até o fim”, afirmou Wes Bailey, CEO da SirReel Studio Services, que organiza o protesto no domingo em Sun Valley. A Califórnia não está sozinha na queda de empregos no setor. Dados do Bureau of Labor Statistics mostram que nenhum dos três maiores polos de produção do país — Califórnia, Nova York e Geórgia — se recuperou totalmente do declínio que começou antes mesmo das greves de 2023. O impacto foi especialmente forte na Califórnia, que segue como o maior centro de produção dos EUA.

“Já em 2022, sabíamos que uma grande mudança viria. A guerra das plataformas de streaming não era sustentável”, disse Pam Elyea, vice-presidente da History for Hire, uma locadora de adereços em North Hollywood. “O que não previmos foi quanto tempo duraria essa crise.” Elyea integra a California Production Coalition, grupo que reúne estúdios e empresas auxiliares, em parceria com a Motion Picture Association, braço de lobby dos grandes estúdios. A coalizão é uma das várias — como California United, Keep California Rolling e Stay in L.A. — que pressionam por medidas para reaquecer o setor.

O movimento Stay in L.A. surgiu após os incêndios devastadores de janeiro e defende a suspensão do teto de incentivos por três anos para acelerar a recuperação. “Precisamos entender o que está acontecendo aqui”, destacou Marie Dunaway, produtora de L.A., lembrando os impactos da pandemia e das greves. “É o momento de alinhar governo, empresas e sociedade na preservação dessa indústria.”

Na semana passada, o senador Ben Allen e outros legisladores apresentaram revisões ao projeto SB 630, que eleva o incentivo fiscal de 20% para 35% em produções de L.A., com um adicional de 5% (totalizando 40%) para filmagens fora da cidade ou em áreas economicamente vulneráveis. A proposta ainda está em discussão, com a MPA e sindicatos negociando detalhes. Enquanto a MPA quer eliminar a exigência de que 75% da produção seja feita na Califórnia, os sindicatos argumentam que o incentivo deve priorizar empregos locais.

Testemunhas emocionadas relataram perdas de seguro saúde e economias esgotadas em audiências legislativas. “Não há trabalho”, desabafou Cecilia Hyoun, editora desempregada desde 2023. Alguns legisladores, porém, questionam o orçamento e o apoio da MPA a incentivos em outros estados. “Como garantir que não estamos sendo enganados?”, indagou o senador Christopher Cabaldon.

Enquanto Nova York aumenta seu incentivo para US$ 800 milhões anuais e a Geórgia mantém subsídios ilimitados, defensores da expansão na Califórnia admitem que mais será necessário. “Não é a solução definitiva, mas nos coloca na conversa”, avaliou Pamala Buzick Kim, da Stay in L.A. Com negociações em curso, a meta de US$ 750 milhões parece ser o limite. “Trabalhamos dentro do possível”, resumiu Rebecca Rhine, da Entertainment Union Coalition. “Não deixaremos o perfeito atrapalhar o bom.”


Este artigo foi inspirado no original disponível em variety.com
INCENTIVOS FISCAIS SALVAM HOLLYWOOD?
PARCIALMENTE

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