A noite de domingo ficou marcada na história da música quando o Rock and Roll Hall of Fame anunciou a inclusão de Chubby Checker em seu hall da fama. A notícia surpreendeu e emocionou fãs do rock primitivo, que já achavam improvável ver o ícone dos anos 60 finalmente receber esse reconhecimento tardio. O responsável por popularizar “The Twist” – um sucesso absoluto em 1960 – estava sendo coroado décadas depois de se tornar elegível, desde a primeira cerimônia de indução, em 1986. A demora gerou debates entre especialistas, mas a espera acabou. E, embora Checker não tenha ficado reclamando publicamente ao longo dos anos, ele deixou sua insatisfação clara em 2002, quando protestou em frente ao museu do Rock Hall em Cleveland, criticando a falta de airplay nas rádios e a aparente omissão de sua contribuição à música. Hoje, ele ri do episódio, mas sua importância não é brincadeira.
Chubby Checker não foi um artista de um hit só. Além de “The Twist”, ele impulsionou outras manias de dança, como “the Pony” (1961), “the Fly” (1961) e “the Limbo” (1962). Mas, se alguém ainda o considerar um one-hit wonder, que hit! Sua versão de “The Twist” liderou a lista da Billboard de maiores Nº 1 de todos os tempos de 2008 até 2020, quando “Blinding Lights”, do The Weeknd, assumiu o posto. Apesar da honraria do Hall da Fama, Checker ainda se incomoda com a falta de execução de suas músicas nas rádios atuais. “O Rock and Roll Hall of Fame me incluiu, e eu agradeço. Mas quero ouvir minhas músicas no rádio, como acontece com outros pioneiros do rock”, diz ele.
Com uma agenda lotada até 2027, Checker não para. Em entrevista exclusiva à Variety, ele revelou que não participa de turnês nostálgicas – ele faz shows solo, como um ícone que é. “Meu manager sempre me diz: ‘Você não é um oldie, você é um ícone’. E é assim que me apresento”, afirma. Sobre a ausência no Hall da Fama, ele brinca: “Meus shows já eram meu Hall da Fama. O que eles estão me dando agora, eu já recebo toda vez que subo no palco”.
A trajetória de Checker começou cedo. Aos 4 anos, após assistir a uma apresentação do cantor country Ernest Tubb, ele soube que queria estar no palco. Anos depois, em 1960, Dick Clark sugeriu que ele gravasse “The Twist”, uma canção originalmente de Hank Ballard que não havia explodido no mainstream. Checker não só a transformou em um fenômeno global como revolucionou a dança, influenciando desde a disco até o hip-hop. “Quando você vê alguém ‘sacudindo as mãos como se não se importasse’, está vendo ‘The Fly’. Quando alguém dança segurando a virilha, está fazendo ‘The Pony’. Eu criei isso”, diz, sem falsa modéstia.
Além da música, Checker mantém uma vida pessoal discreta. Casado desde 1964 com Catharina Lodders, ex-Miss Mundo, ele nunca se envolveu em escândalos ou polêmicas. “Minha vida privada é privada. O que me trouxe até aqui foi a música”, afirma. Hoje, aos 82 anos, ele segue com a mesma paixão de quando era criança: “Toda vez que subo no palco, volto àquele momento em que vi Ernest Tubb e sou invadido pelo mesmo sonho”.
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Este artigo foi inspirado no original disponível em variety.com
SERÁ QUE O ROCK É SÓ GUITARRA E BATERIA?
NÃO