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Eric Schultz: Consultor Político e Experiência com Robert De Niro nas Laranjas do Roteiro

Eric Schultz é um nome que ressoa nos corredores da Casa Branca. Ele atuou como secretário de imprensa adjunto durante o governo Obama, entre 2014 e 2017, e essa experiência o levou a se tornar um consultor frequente para projetos de Hollywood que retratam o universo político de Washington. Seu trabalho mais recente foi auxiliar a equipe de “Zero Day”, o thriller político da Netflix que acompanha um ex-presidente (interpretado por Robert De Niro) convocado pela atual chefe de Estado (Angela Bassett) para investigar um ciberataque global.

Schultz explica: “Os produtores me chamaram porque queriam alguém que já tivesse estado na Casa Branca de verdade para ajudar a orientar como as conversas, reuniões e discussões aconteceriam, seja no Salão Oval ou na Sala de Imprensa.” Ele até colaborou com detalhes dos cenários. Por exemplo, é comum que presidentes tenham uma tigela de guloseimas na mesa de centro do Salão Oval – Ronald Reagan era famoso por oferecer jujubas, Barack Obama tinha maçãs e Joe Biden mantém chocolates por perto. Em “Zero Day”, Schultz sugeriu que o personagem de Angela Bassett tivesse uma tigela de laranjas. “Elas acabaram se tornando importantes mais tarde, quando o presidente da Câmara [Matthew Modine] descasca uma laranja no escritório dela, como uma forma de se impor durante uma conversa tensa”, relembra Schultz.

Mas como foi orientar Robert De Niro? “Bob estava muito focado em garantir que tudo fosse autêntico. Ele fazia perguntas, e toda a equipe também queria entender a etiqueta, especialmente no Salão Oval. Eles queriam capturar a energia e a dinâmica do ambiente. Onde o presidente se sentaria? E um ex-presidente? Na Sala de Imprensa, quem entra primeiro? Era crucial acertar esses detalhes para que a história parecesse o mais crível possível”, conta Schultz.

E como foi estar no set? “É completamente surreal. A equipe de produção e o designer de cenários fizeram um trabalho incrível ao recriar os espaços, especialmente o que chamamos de ‘Outer Oval’, uma área que antecede o Salão Oval e que raramente aparece em filmes e séries. Eles recriaram tudo com perfeição, desde o Salão Oval até a Sala de Imprensa e o discurso conjunto ao Congresso”, elogia Schultz.

Falando no discurso ao Congresso, Schultz relembra um momento curioso: “Tivemos que orientar o ator que interpretava o Sargento de Armas a falar mais alto ao anunciar o ex-presidente. Mostramos a ele um vídeo no YouTube para que ele entendesse como isso é feito na vida real. Eu vivo em um mundo onde todo mundo assiste ao Discurso do Estado da União, mas esqueço que nem todos sabem como esses rituais funcionam.”

Quanto à trama, Schultz acredita que ela é bastante realista. “Se você conversar com qualquer especialista em segurança nacional, as ameaças cibernéticas estão no topo da lista de preocupações. A evolução constante das ameaças tecnológicas, especialmente a guerra cibernética, representa um desafio urgente. Nesse sentido, a história está muito bem alinhada com a realidade. Além disso, a questão de garantir que as pessoas no poder tenham expertise e integridade é algo com o qual todos estamos lidando atualmente. Acho que o roteiro, escrito anos atrás, foi bastante visionário”, conclui.


Este artigo foi inspirado no original disponível em variety.com
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