O aguardado filme de terror psicológico “Ancestral Beasts”, dirigido por Tim Riedel, está prestes a estrear de forma arrepiante no programa Frontières do Marché du Film em Cannes. O longa já conta com um elenco de peso, mas ainda busca um ator não indígena renomado, acima de 55 anos, para um papel central. Entre os nomes confirmados estão Morgan Holmstrom (“The Order”, “Day of the Dead”), Darla Contois — que acaba de vencer o Canadian Screen Award de Melhor Atriz por “Little Bird” — e Asivak Koostachin (“Portraits from a Fire”).
Dirigido e escrito por Tim Riedel, cineasta Métis, e produzido pela Michif Koonteur em parceria com Kistikan Pictures e Buffalo Gals Pictures, o filme canadense promete uma experiência emocional intensa, misturando terror com temas profundos como trauma, cura e reconexão ancestral. A trama se passa no cenário sombrio do interior do Canadá e explora uma ideia perturbadora: e se um distúrbio mental grave assumisse forma física, transformando-se em uma criatura à espreita?
A história acompanha uma mulher em busca de recuperação mental, que foge de um relacionamento tóxico com a irmã e se refugia em sua casa ancestral. No entanto, sua jornada de paz é interrompida quando uma presença maligna começa a se manifestar, obrigando-a a enfrentar traumas de gerações passadas e lutar por sua alma — e pela vida daqueles que ama.
Atualmente em fase final de desenvolvimento, “Ancestral Beasts” deve fechar seu financiamento até meados de 2025, com as filmagens previstas para o outono. Distribuidores canadenses já demonstraram interesse, e negociações internacionais devem avançar durante o Marché du Film em Cannes.
Riedel, conhecido por seu trabalho em documentários, baseou o roteiro em suas próprias vivências. “Esta é uma história original inspirada na minha experiência como filho de uma mulher indígena [Red River Métis] que foi tirada de sua família durante a ’60s Scoop’, um período sombrio da história canadense, e criada em lares adotivos abusivos”, explicou ele à Variety. “Ela foi diagnosticada com transtorno de personalidade borderline devido ao trauma que sofreu.”
Para garantir uma representação autêntica, Riedel trabalhou o roteiro em colaboração com anciãos, conselheiros culturais e psicólogos indígenas. Seu objetivo vai além do terror: “Quero provocar empatia e reduzir o estigma em torno das doenças mentais. Esta história é uma alegoria compassiva e um passo importante na minha própria cura.”
Ele descreve o distúrbio mental como uma criatura oculta, pronta para atacar — daí a escolha pelo gênero horror. “O terror me permite expressar o caos interno desses pensamentos irracionais. Quero que o público sinta o que era crescer naquela casa.”
“Ancestral Beasts” representa uma ousada evolução na narrativa indígena norte-americana, usando o horror como ferramenta de catarse e reflexão cultural. O filme será apresentado no Frontières, programa organizado pelo Fantasia Festival e Marché du Film, entre 17 e 18 de maio.
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Este artigo foi inspirado no original disponível em variety.com
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