A administração de Trump demitiu Shira Perlmutter, ex-diretora do Escritório de Direitos Autorais dos EUA, por e-mail — segundo relatos do The Washington Post e do TechCrunch.
Em um comunicado, o deputado democrata Joe Morelle classificou a demissão como um “golpe de poder descarado e sem precedentes, sem base legal”. Ele ainda afirmou: “Não é coincidência que isso tenha acontecido menos de um dia depois que ela se recusou a aprovar automaticamente os esforços de Elon Musk para minerar obras protegidas por direitos autorais e treinar modelos de IA.”
Morelle elogiou Perlmutter, chamando-a de “patriota” e destacando que sua gestão modernizou o Escritório de Direitos Autorais, estabelecendo padrões globais sobre IA e propriedade intelectual. Ele também vinculou um relatório preliminar [PDF] do órgão, que alerta sobre os limites do uso justo (fair use) por empresas de IA ao treinarem seus modelos com conteúdo protegido.
OpenAI (cofundada por Musk) e Meta enfrentam diversas ações judiciais por suposta violação de direitos autorais, incluindo uma ação da comediante Sarah Silverman e outros autores, que acusam as empresas de usar versões piratas de suas obras sem permissão. A Meta defende-se alegando que o uso se enquadra no fair use.
Enquanto isso, Musk recentemente apoiou o ex-cofundador do Twitter, Jack Dorsey, que pediu para “eliminar todas as leis de propriedade intelectual”. Musk também é cofundador da xAI, responsável pelo chatbot Grok, integrado ao X (antigo Twitter), e dono do supercomputador Collosus, projetado para treinar modelos de IA.
Perlmutter havia sido nomeada para o cargo em 2020, ainda durante o governo Trump, pela bibliotecária do Congresso, Carla Hayden — que também foi demitida por e-mail nesta semana. Tudo indica que a administração está fazendo uma “limpa” nos cargos. Enquanto isso, o debate sobre se o treinamento de IA com obras protegidas configura uso justo segue em aberto — e deve continuar por um bom tempo.
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Este artigo foi inspirado no original disponível em pcgamer.com.