O novo álbum do astro do country Eric Church se chama “Evangeline vs. the Machine” – e se você conhece seu estilo iconoclasta (pelo menos para os padrões do country e talvez até além), já sabe de qual lado dessa batalha ele está. Mesmo mantendo seu status de estrela dos grandes palcos e sua sequência de hits, Church sempre buscou criar momentos únicos, seja em apresentações ao vivo ou, neste caso, em um disco repleto de cordas, metais e um coral em quase todas as faixas.
Em entrevista à Variety pouco antes do lançamento do álbum de oito faixas, Church falou sobre o que o motivou a manter elementos tão distintos no projeto e como essa sonoridade influenciará sua turnê de outono, cujos ingressos começam a ser vendidos em 9 de maio. Sem surpresa, até a estrutura tripla dos shows que ele planeja revela um artista que segue seu próprio caminho, mesmo que isso provoque reações divididas – como aconteceu em sua apresentação no Stagecoach no ano passado, onde alguns fãs reclamaram que ele não seguiu o “manual” do country tradicional. Mais um ponto para Evangeline…
O significado do título
O que “Evangeline vs. the Machine” representa para você? Há uma música chamada “Evangeline” no álbum, mas isso explica apenas metade do título. Veja como as novas gerações interagem com o mundo – TikTok, YouTube, podcasts… Estamos todos conectados aos nossos celulares, presos a essa grande máquina. Para mim, é sobre criatividade versus o mecanismo que promove (e muitas vezes limita) essa criatividade. Já vi isso acontecer na minha carreira. No Stagecoach, fiz um show único, cheio de inovações, mas dentro de um festival gigante, um sistema. Essa dualidade me inspirou.
O polêmico show no Stagecoach
Seu show no Stagecoach completou um ano recentemente. Foi um set especial, com um coral e vários covers, tentando unir diferentes vertentes da música. As reações foram extremas: ou amaram ou odiaram. Não houve meio-termo. E eu adorei isso. Nunca trabalhei tão duro em um show na minha vida. Sabia que o palco era um megafone para algo diferente, mesmo que alguns esperassem apenas os hits. Mas o importante era: o show foi bom. Executado com maestria. Às vezes, você precisa arriscar, como Dylan quando foi elétrico em Newport. Nem sempre é bem-recebido no momento, mas fica na história.
O processo criativo do álbum
Como você definiu o tom do disco? Muito disso veio do Stagecoach. Fiquei fascinado pela ideia de usar orquestra, metais e coral ao vivo. Quando gravamos a primeira música, foi experimental – mas quando ouvimos o resultado, foi mágico. Algumas canções não cabiam nesse conceito, então deixamos de lado até mesmo hits potenciais. Queríamos algo coeso, como Pet Sounds, onde cada faixa carrega a mesma essência. E sim, há drama, mas também inserimos “Hands of Time” e “Rocket’s White Lincoln” para aliviar a tensão.
Música sobre música
Você tem uma tradição de compor canções sobre o poder da música. Sou um fã acima de tudo. A música é uma máquina do tempo – ela te transporta para momentos específicos da vida. “Hands of Time” fala exatamente disso. Meus filhos hoje ouvem TikTok, mas eu insisto em mostrar a eles os Allman Brothers. Há uma base musical que nos forma, e essa conexão é o que busco em meu trabalho.
Turnê e futuro
Sua turnê terá um formato inovador. No Red Rocks, faremos três noites: uma com orquestra, outra com a banda original e a última acústica. Nos outros shows, misturaremos esses elementos. Quero que o público veja a evolução, do grandioso ao intimista. É sobre respeitar a jornada – e, claro, surpreender.
Datas da Turnê Free the Machine: Ingressos à venda a partir de 9 de maio.
- 12/09 – Pittsburgh, PA (Elle King)
- 13/09 – Columbus, OH (Elle King)
- 18/09 – Filadélfia, PA (Elle King)*
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Este artigo foi inspirado no original disponível em variety.com
“PET SOUNDS”? SERÁ QUE COMBINA?
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