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Os Go-Go’s Reúnem-se Antes do Coachella: Homenagens e Críticas ao Concerto

Os Go-Go's Reúnem-se Antes do Coachella: Homenagens e Críticas ao Concerto

“A gente tá se saindo bem, né?” perguntou Charlotte Caffey no meio do show das Go-Go’s na quarta-feira no Roxy, onde a banda original, com todas as cinco integrantes, se apresentava publicamente pela primeira vez em mais de sete anos. Não ficou claro se a guitarrista e tecladista se referia apenas ao grupo — agora com a maioria na casa dos 60 — ou ao público, que incluía desde fãs de longa data até jovens curiosos com quatro décadas a menos. Mas a resposta, de qualquer forma, era: caramba, sim! Tanto para a banda, que soava melhor do que nunca, quanto para a plateia que acompanha o grupo há anos. Ouvir hinos do empoderamento feminino como “Skidmarks on My Heart” e “How Much More” tocados com tanta energia era… revigorante. (E não só porque o lugar lotado não deixava espaço nem para se encostar.)

O show serviu como ensaio para o Coachella, onde as Go-Go’s se apresentariam pela primeira vez naquela sexta (e novamente no fim de semana seguinte). Também marcou o início de uma turnê curtinha — só cinco shows —, provavelmente motivada pelo convite do festival. Tudo isso parece um bônus, já que Belinda Carlisle havia dito há alguns anos que a banda estava encerrada, depois da consagração no Rock and Roll Hall of Fame. Mas os fãs sentiam que havia um capítulo pendente, especialmente porque a baterista Gina Schock não participou da última reunião do grupo. Essa mini-turnê pode ser um final mais digno… mas tomara que ainda haja motivos para continuar. Afinal, como o show no Roxy provou, essa máquina ainda tem muita estrada pela frente.

A noite teve um peso emocional extra, não só pela reunião das cinco integrantes — algo que não acontecia desde 2018 —, mas também pela recente morte de Clem Burke, baterista do Blondie que substituiu Schock em uma turnê em 2021-22. Burke faleceu três dias antes do show, e sua ausência foi sentida. Kathy Valentine, baixista da banda, apareceu nos bis com uma camiseta estampando o rosto dele, mas as homenagens começaram antes. “Eu amava o Clem”, disse Carlisle. “Ele era divertidíssimo. Mas também senti falta da Gina!” Schock, por sua vez, lembrou: “Ele foi um dos caras mais gentis que já conheci. Um baterista foda, com um estilo único. Dedico essa noite a ele.”

Nem todos os comentários foram tão carinhosos. Valentine tocou na frente de um amplificador com a inscrição “FUK DJT”, e, no final do show, Wiedlin gritou: “Foda-se o Trump!” Schock ainda reforçou: “Foda-se ele com força!” Se isso soa pouco punk hoje em dia, o setlist trouxe outras surpresas. Além dos hits, a banda incluiu faixas menos conhecidas, como “Fun With Ropes”, de 1979 — uma música que, segundo Carlisle, não entrou no primeiro álbum “por ter acordes demais”. Na hora de “We Got the Beat”, a banda ainda interpolou um trecho de “Hot to Go”, de Chappell Roan, com Wiedlin ensaiando os gestos característicos da cantora.

O show provou que as Go-Go’s ainda têm fôlego — e relevância. Seja no Coachella ou em palcos menores, elas continuam trazendo a mesma energia que as consagrou nos anos 80. E, em um mundo onde bandas lideradas por mulheres ainda são uma exceção, a existência delas segue sendo tão necessária quanto décadas atrás.

Setlist das Go-Go’s no Roxy (9 de abril de 2025):

Este artigo foi inspirado no original disponível em variety.com
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