É bem possível que o GTA 6 chegue ao mercado custando cerca de US$ 80. Ainda não há confirmação oficial, mas os indícios apontam nessa direção. O site da Xbox já adiantou o possível aumento, informando aos clientes: “Alguns dos nossos novos jogos de primeira linha serão lançados a US$ 79,99 a partir deste fim de ano.”
Vale lembrar que, embora a Rockstar seja propriedade da Take-Two Interactive e não da Microsoft, esse movimento reflete uma tendência na indústria de jogos AAA. E, convenhamos, depois de ver o nível absurdo dos gráficos do GTA 6, se algum jogo justifica um preço mais alto, é esse.
Shuhei Yoshida, ex-presidente da PlayStation e veterano da Sony (que deixou a empresa em 2024 após incríveis 38 anos), acredita que esse aumento era inevitável. “Iria acontecer mais cedo ou mais tarde”, disse ele ao playstationinside. “Talvez não partisse da Nintendo, mas era uma questão de tempo.”
O problema, segundo ele, é a inflação. Uma resposta óbvia, porém precisa: “Vivemos tempos contraditórios, onde a inflação é real e significativa, mas as pessoas esperam que jogos cada vez mais ambiciosos — e caros de produzir — mantenham o mesmo preço. É uma equação impossível.”
Na verdade, as empresas estão “buscando diversificar suas receitas” para bancar projetos cada vez mais megalomaníacos. Isso inclui os remakes e remasters: “A proliferação desses títulos não vem de nostalgia ou desejo de atualizar jogos antigos, mas sim de uma solução ‘fácil’ para gerar lucros e financiar novos projetos.”
Ports para PC também entram nessa conta, mas Yoshida ressalta que isso não é tão problemático, já que costumam ser terceirizados para estúdios de apoio. Concordo com ele, principalmente porque quero poder jogar esses títulos no PC algum dia. cof, Bloodborne, cof. Outro ponto menos nobre, segundo ele, são as “plataformas de assinatura e jogos como serviço”.
Quanto ao GTA 6, ele não sabe se a Rockstar vai aderir ao preço de US$ 80 — ou até US$ 90. Mas defende que “é preciso equilibrar custos de produção e preços dos jogos.”
“O GTA 6 será um exemplo claro, mas veja o caso de Clair Obscur: Expedition 33, um jogo visualmente impressionante feito por uma equipe de apenas 30 pessoas. Esse é um caminho viável: é possível criar jogos excelentes com equipes enxutas e orçamentos menores sem sacrificar qualidade.”
É até engraçado ver um dos veteranos da indústria ecoando, em termos corporativos, o meme: “Quero jogos mais curtos, com gráficos piores, feitos por pessoas bem pagas que trabalhem menos — e não estou brincando“. Ele não está totalmente errado, embora não mencione a parte do “trabalhar menos”.
Clair Obscur: Expedition 33 é um caso interessante porque sua beleza vem mais da direção de arte do que de um poder técnico avassalador, como a Rockstar ostenta. Adorei sua estética criativa, mas dava pra notar repetição de assets e bugs como cabelos atravessando pescoços. Nem por isso deixa de ser um jogo ambicioso dentro de um orçamento razoável.
Até em estúdios maiores, como a Atlus, prefiro gráficos mais simples — como os de Metaphor: ReFantazio — se o jogo for bom. Garrafas de cerveja super realistas são legais, mas não essenciais para uma experiência divertida.
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Este artigo foi inspirado no original disponível em pcgamer.com.