Novos nomes de peso aderiram ao manifesto, incluindo Rooney Mara, Jim Jarmusch, Omar Sy, Michael Moore e Alice Rohrwacher. O texto exige que o cinema — descrito como um “terreno fértil para obras socialmente engajadas” — utilize sua arte para refletir sobre a história, amplificar vozes oprimidas e confrontar a realidade. Entre os signatários originais estão figuras como Pedro Almodóvar, Javier Bardem, Viggo Mortensen e Mark Ruffalo.
Um grito contra a indiferença
Fatma Hassona, de 25 anos, era uma fotojornalista palestina. Foi morta pelo exército israelense em 16 de abril de 2025, um dia após o anúncio da seleção do filme em que estrelava para o Cannes. A mesma ação militar matou dez de seus familiares, incluindo sua irmã grávida. Desde os ataques de outubro de 2023, jornalistas estrangeiros têm acesso negado a Gaza, enquanto mais de 200 profissionais da imprensa foram deliberadamente assassinados.
O texto também menciona o caso do cineasta palestino Hamdan Ballal, vencedor do Oscar, agredido por colonos israelenses e sequestrado pelo exército antes de ser libertado sob pressão internacional. A falta de apoio da Academia de Hollywood ao caso gerou revolta até entre seus membros.
“Por que o cinema, que deveria ser um espaço de denúncia, permanece mudo diante do genocídio em Gaza? Nossa arte não pode ser cúmplice da barbárie. Precisamos nomear a realidade com a precisão de nossos corações sensíveis.”
A carta faz um apelo urgente: rejeitar a propaganda que dessensibiliza a humanidade, honrar as vítimas como Fatma e transformar o cinema em instrumento de resistência. “Levantemo-nos antes que seja tarde”, conclui o manifesto, acompanhado por uma lista extensa de signatários que atravessa gerações e fronteiras do cinema mundial.
—
Este artigo foi inspirado no original disponível em variety.com
SILÊNCIO CÚMPLICE?
CONSENTIMENTO