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Nova Empresa de Jogos Destaca Escritores e Atores em Histórias com IA

Nova Empresa de Jogos Destaca Escritores e Atores em Histórias com IA

A Operative Games, uma nova empresa de narrativa interativa, está pronta para revolucionar a indústria dos games usando um dos recursos mais polêmicos do entretenimento: a inteligência artificial generativa. Mas, ao contrário de muitos, a empresa não pretende substituir criativos e talentos humanos — e sim trabalhar em parceria com eles. Com investidores como 1AM Gaming, Samsung Next e LongJourney.vc, o objetivo da startup é criar jogos imersivos onde os jogadores possam “conversar com personagens de IA realmente pensantes e realistas, capazes de formar conexões emocionais profundas enquanto resolvem problemas e exploram histórias complexas juntos”.

A liderança da Operative conta com nomes de peso: Jon Snoddy, ex-chefe de Pesquisa & Desenvolvimento da Walt Disney; Jon Kraft, CEO fundador da Pandora Media; e Pegi Bryant, veterana da indústria de games. “Trazemos roteiristas de verdade, pessoas que já escreveram séries de TV e filmes. Elas são a alma do que criamos”, disse Kraft, COO da empresa, em entrevista à Variety. “Isso nos diferencia. Enquanto outras empresas tentam aplicar IA em NPCs tradicionais, nós estamos comprometidos com a narrativa, contratando os melhores escritores do mundo para construir essas histórias.”

O primeiro jogo da Operative, “The Operative”, apresentado na Game Developers Conference (GDC) em São Francisco, coloca o jogador em contato com uma personagem chamada Enya, que os envolve em um pedido de ajuda. O que começa como uma simples tarefa se transforma em um thriller de espionagem complexo, onde as ações do jogador influenciam diretamente a trama. A IA da personagem reage de forma surpreendentemente humana — incluindo irritação se for incomodada de madrugada.

Diferente de muitas soluções de IA, a Operative não usa vozes totalmente geradas por algoritmos. “Fazemos casting como em um filme, buscamos atores com a voz e o talento que queremos, gravamos milhares de linhas em diferentes emoções e só então treinamos o modelo de IA”, explicou Snoddy. O sistema proprietário da empresa, o StoryEngine, permite que os personagens tenham uma narrativa orgânica, adaptando-se às escolhas do jogador sem perder a coerência da história — tudo rodando em servidores, sem necessidade de downloads.

Apesar de começar com IPs originais, a Operative já negocia com grandes estúdios para adaptar franquias conhecidas. “Todos os publishers com quem conversamos disseram: ‘Isso é diferente. Ninguém está fazendo algo assim'”, destacou Snoddy. O modelo de negócios será baseado em assinaturas, com preços próximos aos de jogos indie ou temporadas de séries — longe dos US$ 70 dos títulos AAA.

Em meio à greve de atores contra o uso de IA na indústria, a Operative garante que seus contratos preveem pagamentos justos, incluindo royalties conforme o sucesso do jogo. “Se a empresa cresce, os atores também lucram”, afirmou Snoddy. Kraft complementou: “Se usarmos a voz deles em outro projeto, pagaremos novamente. Estamos comprometidos em valorizar o talento criativo.”


Este artigo foi inspirado no original disponível em variety.com
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SIM

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