Larry David satirizou o entusiasmado relato de Bill Maher sobre seu jantar na Casa Branca com Donald Trump em um artigo irônico no The New York Times, intitulado “Meu Jantar com Adolf”. Na peça fictícia, David escreveu: “Eu tinha sido um crítico vocal dele desde o início, prevendo quase tudo o que ele faria no caminho para a ditadura. Mas acabei concluindo que o ódio não leva a lugar nenhum. Sabia que não mudaria suas ideias, mas precisamos dialogar com o outro lado.”
Maher havia anunciado o jantar com Trump, marcado para 31 de março, nas redes sociais, gerando expectativa de um embate entre o provocador apresentador e o polêmico ex-presidente. No entanto, em um episódio de “Real Time” em 12 de abril, Maher elogiou o encontro, descrevendo Trump como “gentil” e “muito mais consciente do que aparenta”. “Tudo que eu não gostava nele simplesmente não estava lá, pelo menos naquela noite. Ele conduziu a conversa perguntando: ‘O que você acha disso?’. Sei que é de deixar o cérebro em frangalhos. O meu também está”, admitiu.
Maher, que já foi um crítico ferrenho de Trump – assim como Trump o chamou de “fracassado” e disse que seu programa estava “morto” –, pareceu ter mudado de ideia após a visita. “Não mora um louco na Casa Branca”, refletiu. “Mora alguém que interpreta um louco na TV com frequência. Isso ainda é bizarro, mas menos do que eu imaginava.”
David imitou o tom de Maher em seu texto: “Brincamos sobre o fato de ele estar usando um terno bege, algo que poderia ser visto como ‘pouco Führer’. Ele riu como nunca antes, e de repente parecia humano. Esperava encontrar o Hitler público, mas aquele Hitler privado era outro. E, ironicamente, parecia mais autêntico. Minha cabeça ficou girando.”
Em um artigo complementar, Patrick Healy, editor do The New York Times, explicou a inspiração por trás do texto de David: “Larry ouviu Maher falar sobre o jantar, onde ele descreveu Trump como ‘gracioso e ponderado’. A sátira de Larry não iguala Trump a Hitler, mas questiona como uma única interação pode humanizar alguém, sem revelar seu verdadeiro caráter.” Healy completou: “Larry provoca ao sugerir que, em um jantar privado, qualquer um pode parecer humano – mas isso não define quem eles são ou o que são capazes.”
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Este artigo foi inspirado no original disponível em variety.com
IRONIA?
DEPENDE