Em busca de um novo julgamento ou revisão de sentença, Lyle e Erik Menendez entraram com um contundente pedido para desqualificar o escritório do Distrito Attorney de participar dos processos. “O registro mostra um conflito que torna improvável que Erik e Lyle tenham uma audiência de revisão justa. A recusa é necessária”, afirma a petição de 160 páginas. O caso dos irmãos famosos – que cumprem 35 anos de prisão pelo assassinato dos pais, José e Kitty, em sua casa em Beverly Hills em 1989 – teve reviravoltas nos últimos seis meses.
Em outubro, o então Distrito Attorney George Gascón propôs reduzir a pena dos irmãos de prisão perpétua sem possibilidade de condicional para 50 anos, o que os tornaria imediatamente elegíveis para liberdade. Porém, Gascón perdeu as eleições em novembro, e o novo DA, Nathan Hochman, reverteu a decisão, retirando a recomendação de revisão. “As opiniões da família sobre a punição são diametralmente opostas às do novo Distrito Attorney”, diz a petição.
Os advogados dos irmãos alegam conflitos envolvendo Hochman, que teria se reunido com Kathleen Cady, advogada de Milton Andersen – o único familiar contrário à revisão da sentença. Pouco depois, Hochman nomeou Cady como chefe do Departamento de Serviços às Vítimas. “As manobras do DA neste caso são um absurdo”, criticou Mark Geragos, advogado dos irmãos, em declaração à Variety.
A petição acusa o escritório do DA de ignorar os desejos da família Menendez: “Ninguém do departamento de serviços às vítimas entrou em contato com os familiares que apoiam a revisão da sentença. Eles acreditam que 35 anos de prisão são suficientes”.
O caso dos irmãos Menendez, que já inspirou filmes e séries – como a aclamada Monster, de Ryan Murphy na Netflix –, segue em ritmo lento. Em 17 de abril, o adiamento de uma audiência para análise de relatórios de risco da comissão de condicional, encomendados pelo governador Gavin Newsom, foi criticado. O juiz Michael Jesic admitiu não ter lido o documento, enquanto promotores já o haviam analisado e pediram o adiamento para que todos pudessem avaliá-lo.
Em 11 de abril, a família de Kitty e José Menendez apresentou uma queixa formal contra o escritório do DA por violar a Lei Marsy, após serem surpreendidos com fotos gráficas da cena do crime durante uma audiência. “Nunca imaginamos que teríamos que lutar por respeito e dignidade”, escreveram em comunicado, relatando o trauma causado pela exposição das imagens.
Na petição divulgada na sexta-feira, os advogados afirmaram: “Erik e Lyle Menendez têm direito a um processo justo. A família de José e Kitty Menendez – independentemente de sua posição sobre a revisão – merece transparência. O público exige um processo que pareça justo. As ações do DA criam dúvidas sobre sua imparcialidade, tornando necessária sua recusa”.
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Este artigo foi inspirado no original disponível em variety.com
RECUSA SERÁ JUSTA?
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