O Future of Cinema Summit, realizado durante o NAB Show, começou no sábado com palestrantes concordando que a IA pode acelerar e baratear a produção, mas não é capaz de fazer tudo. Enquanto isso, a questão dos empregos permanece incerta. “Esta é a era do generalista”, sugeriu Eric Shamlin, CEO do estúdio de produção impulsionado por IA Secret Level e co-presidente da Força-Tarefa de IA da Academia de Televisão, durante o evento produzido pela SMPTE. “Outra coisa que estamos vendo é que a IA está trazendo o foco de volta para a visão criativa… Agora, as pessoas podem criar space operas no próprio quarto. Acredito que estamos prestes a ver uma grande liberação da criatividade humana. Antes, ser um criativo era algo restrito a um grupo pequeno. Isso muda tudo.”
Falando sobre o uso de ferramentas de IA na produção, Shamlin destacou seu “compromisso em fazer isso de forma responsável, sem substituir artistas, e ser uma voz ativa na adoção dessas tecnologias.” Já Albert Bozesan, diretor criativo da produtora alemã Storybook Studios, acredita que “é muito mais barato e rápido usar IA em nossos fluxos de trabalho, embora se tenha um pouco menos de controle criativo.” Ele citou como exemplo que o uso de IA para diálogos ainda não é viável – atores são insubstituíveis em suas performances. No entanto, admitiu que o lado desagradável do tema é conversar com artistas. “Quero mostrar a eles que, com a IA, podem continuar criando e se manter relevantes no futuro, desde que aprendam a usar essas ferramentas, e não as ignorem.”
Chaitanya Chinchlikar, vice-presidente e CTO da indiana Whistling Woods, ressaltou que é difícil resumir o impacto da IA nos empregos criativos. “Para algumas funções, ela é uma assistente; para outras, está revolucionando o trabalho.” Atualmente, muitos dos contratados da Storybook Studios vêm do campo de efeitos visuais. “Eles são os usuários mais poderosos. Sabem como pegar esses clipes e montá-los de forma significativa”, explicou Bozesan. Shamlin complementou: “Não estamos contratando tantos assistentes de iluminação, mas sim mais artistas de VFX.”
Sobre prazos, Shamlin mencionou que filmes de animação que antes levavam de três a cinco anos para ficarem prontos agora podem ser finalizados em nove meses. “Precisamos manter algum controle sobre custos e valores”, alertou. Ele resumiu os desafios, incluindo direitos autorais, com a frase: “O gênio saiu da garrafa. Precisamos encontrar um modelo que funcione para todos.”
—
Este artigo foi inspirado no original disponível em variety.com
POLIVALÊNCIA NECESSÁRIA?
SIM