ALERTA DE SPOILER: Este texto contém revelações sobre o 5º episódio da 2ª temporada de “The Last of Us”, da HBO, já disponível no Max. A busca de Ellie (Bella Ramsey) por vingança após a morte trágica de Joel (Pedro Pascal) nas mãos de Abby (Kaitlyn Dever) no Episódio 2 atinge um novo patamar no episódio mais recente. Desta vez, Ellie rastreia Nora (Tati Gabrielle), membro-chave da Frente de Libertação de Washington que estava com Abby durante o assassinato de Joel — e a tortura para obter informações sobre o paradeiro de Abby. Após encurralar Nora com uma arma e golpeá-la com um cano, Ellie exige: “Onde ela está?” É um ponto sem volta.
Mas a influência de Joel aparece em momentos mais sutis ao longo do episódio. Uma cena emocionante acontece logo no início, quando Ellie toca violão em um teatro vazio, claramente relembrando seu tempo ao lado de Joel. O diretor Stephen Williams, novo no universo de “The Last of Us”, revela que a cena foi filmada no The Orpheum Theatre, em Vancouver, e que, quando Bella terminou de cantar, toda a equipe ficou com os olhos marejados.
“Foi um momento tão evocativo — cheio de tristeza, saudade e angústia, enquanto Ellie revive o assassinato brutal de Joel diante de seus olhos. Isso continua a assombrá-la e encontra expressão através de sua música”, diz Williams à Variety. “Bella pegou o violão e mandou ver — arrasou. Nós só capturamos a genialidade que se desenrolava diante de nós.”
O episódio também marca o retorno de rostos familiares, principalmente Jesse (Young Mazino), que seguiu Ellie e Dina (Isabela Merced) no dia seguinte à partida delas para Seattle. Abaixo, Williams explica como o retorno oportuno de Jesse lembra Ellie de Joel, como equilibrou cenas emocionais entre Ellie e Dina com sequências de ação e por que sua abordagem na direção do confronto final foi simplesmente “não atrapalhar”.
A cena final em que Ellie confronta Nora sobre Abby é intensa, especialmente com a revelação de que Ellie sabe que Joel matou todos no hospital para salvá-la. Como você abordou a filmagem desse momento crucial?
Muito do nosso trabalho em “The Last of Us” vem, antes de tudo, da riqueza dos roteiros de Craig Mazin e Neil Druckmann e, claro, dos personagens do jogo. Se a 1ª temporada focou em sobrevivência, a 2ª mergulha em questões como vingança e perdão. A cena do confronto entre Ellie e Nora gira em torno da decisão dela de continuar buscando vingança pelo que Abby, Nora e seu grupo fizeram com Joel. Bella Ramsey, em especial, está incrivelmente contida nesse momento.
Como você dirigiu Bella e Tati Gabrielle, que já tinham uma relação de confiança antes da sua chegada à série?
Bella é um furacão. Ela está tão imersa no personagem que quase não precisei dar orientações — só precisei não atrapalhar. E Tati, que interpreta Nora, foi incrível durante todo o episódio. Ambas estavam totalmente comprometidas com o material e com a jornada de suas personagens. Foi mais sobre criar um ambiente seguro para que elas brilhassem.
Foi uma surpresa ver Jesse de volta. Como sua reintrodução muda a dinâmica entre Ellie e Dina?
Existe um triângulo amoroso em constante evolução entre Jesse, Ellie e Dina. Quando Ellie e Dina partem para Seattle em busca de vingança, Jesse as segue e aparece em um momento crucial, salvando-as de infectados. Por um instante, Ellie revive a sensação de proteção que tinha ao lado de Joel na 1ª temporada.
A sequência do retorno de Jesse no porão é uma grande cena de ação. Houve referências visuais importantes?
Nosso foco foi garantir que não fosse apenas uma cena de ação, mas que os personagens permanecessem no centro. Ellie se sente responsável por Dina, que está em perigo, e faz de tudo para mantê-la viva. Quando Jesse aparece, ele também entra nessa dinâmica.
Este episódio mostra os Scars em ação pela primeira vez desde sua introdução no Episódio 3. Como você pensou nos movimentos deles como grupo?
Esta temporada explora como diferentes facções reagem a circunstâncias extremas. A Frente de Libertação de Washington age como uma milícia, enquanto os Serafitas (ou Scars) seguem um fundamentalismo religioso. Mostramos os extremos dessas escolhas, incluindo cenas gráficas que os espectadores verão no episódio.
A cena de abertura, com a nova forma de infecção, confunde o público de propósito. Foi uma escolha arriscada?
O episódio começa de forma misteriosa, apresentando uma nova forma de transmissão do Cordyceps. O público só entende o que está acontecendo perto do final, com Nora. Mas no início, a desorientação é intencional — os personagens também estão lidando com algo desconhecido.
Como você equilibrou o romance entre Ellie e Dina em meio ao caos?
A relação delas é o coração da temporada. Craig e Neil criam momentos íntimos em meio a cenas épicas, dando peso emocional à narrativa. A vida — e o amor — continuam mesmo em meio à vingança e ao perigo.
Por que terminar o episódio com um flashback de Ellie e Joel?
Desde o Episódio 2, tudo gira em torno da vingança e das emoções de Ellie. A perda de Joel e as palavras não ditas entre eles são o motor da trama. Terminar com essa memória afetiva foi a transição tonal perfeita após a intensidade da cena anterior.
Esta entrevista foi editada e condensada.
—
Este artigo foi inspirado no original disponível em variety.com
O QUE DEFINE UM CONFRONTO MEMORÁVEL?
IMPACTO