Leonid Radvinsky, dono da OnlyFans, está em negociações para vender a plataforma de conteúdo adulto por cerca de US$ 8 bilhões, conforme confirmado pela Variety. As conversas envolvem um grupo de investidores liderado pela Forest Road Co., empresa de investimentos sediada em Los Angeles com atuação no setor de mídia e entretenimento. Segundo uma fonte próxima ao assunto, que corroborou um relatório anterior da Reuters, a avaliação da OnlyFans nesse possível negócio seria de US$ 8 bilhões. No entanto, as tratativas não são exclusivas e ainda não há prazo para a conclusão de um acordo. Tanto a OnlyFans quanto a Forest Road se recusaram a comentar.
Nesta semana, o New York Post havia informado que Radvinsky buscava vender a OnlyFans por um valor entre US$ 1,46 bilhão e US$ 2,42 bilhões, mas enfrentava dificuldades devido à forte associação da plataforma com conteúdo adulto. Executivos da Forest Road já haviam participado de uma SPAC (empresa de propósito específico) que negociou a abertura de capital da OnlyFans em 2022. Contudo, segundo a fonte ouvida pela Variety, a empresa não planeja um IPO no momento.
Lançada em 2016, a OnlyFans rapidamente se tornou um espaço seguro para criadores de conteúdo adulto. Radvinsky, empresário ucraniano-americano que também fundou o site MyFreeCams, adquiriu a plataforma em 2018 do criador Tim Stokely. Até o final do ano fiscal de 2023, a OnlyFans registrava 4,12 milhões de criadores e mais de 300 milhões de usuários cadastrados. Entre os nomes mais conhecidos na plataforma estão Cardi B, Bella Thorne, Iggy Azalea, Bhad Bhabie e Mia Khalifa.
A empresa também tem buscado diversificar seu conteúdo, atraindo criadores fora do nicho adulto. Em 2021, lançou a OFTV, um serviço de streaming gratuito e “seguro para o trabalho” com produções originais. Radvinsky é o único acionista da Fenix International, dona da OnlyFans, e, entre 2021 e 2023, recebeu mais de US$ 1 bilhão em dividendos, segundo registros regulatórios britânicos.
A OnlyFans afirma ser uma das plataformas adultas mais seguras da internet, exigindo um rigoroso processo de verificação de identidade para novos criadores. Além disso, o conteúdo não é acessível gratuitamente: os usuários precisam pagar uma assinatura ou autorização para visualizar perfis. Os criadores ficam com 80% dos pagamentos realizados na plataforma.
De acordo com documentos regulatórios do Reino Unido, a receita bruta da OnlyFans subiu 19% no ano encerrado em 30 de novembro de 2023, atingindo US$ 6,63 bilhões – o que significa que os criadores receberam US$ 5,32 bilhões no período. A receita líquida cresceu 20%, chegando a US$ 1,31 bilhão (sendo dois terços provenientes dos EUA), enquanto o lucro antes de impostos aumentou 25%, alcançando US$ 658 milhões.
Já a Forest Road possui investimentos em diversos setores, incluindo mídia e entretenimento. No ano passado, a empresa adquiriu o ACF Investment Bank, que intermediou dezenas de negócios para produtoras de pequeno e médio porte. Em 2024, o ACF assessorou a Toho Co. na compra da GKids, a North Road na aquisição da Two One Five Entertainment e a própria Forest Road em um investimento na Range Media Partners.
—
Este artigo foi inspirado no original disponível em variety.com
SERÁ QUE 8 BILHÕES É O PREÇO CERTO?
DEPENDE