A Associação de Correspondentes da Casa Branca (WHCA) cancelou os planos de ter a comediante Amber Ruffin como atração principal em seu jantar anual, marcado para 26 de abril. A decisão reflete as crescentes pressões enfrentadas por veículos de comunicação durante o segundo mandato do presidente Donald Trump. O grupo jornalístico, que vem perdendo influência sobre as interações com Trump, tomou a medida após Taylor Budowich, vice-chefe de gabinete da Casa Branca, levantar críticas anteriores feitas por Ruffin ao presidente.
Ruffin, conhecida por seu trabalho como roteirista e colaboradora no programa “Late Night”, de Seth Meyers (NBC), atualmente comanda seu próprio show no serviço de streaming Peacock e participa do programa de comédia da CNN, “Have I Got News For You”.
Em comunicado aos membros, o presidente da WHCA, Eugene Daniels, justificou a decisão: “O conselho da WHCA decidiu, por unanimidade, não ter uma apresentação cômica este ano. Neste momento crucial para o jornalismo, queremos que o foco não seja na política de divisão, mas sim no reconhecimento do trabalho excepcional de nossos colegas e no apoio à próxima geração de jornalistas.” Daniels, que em breve assumirá como âncora na MSNBC, havia elogiado Ruffin semanas antes, destacando-a como a escolha ideal para o evento.
O jantar da WHCA sempre atraiu holofotes, com comediantes como Seth Meyers e Roy Wood Jr. satirizando tanto a imprensa quanto os presidentes em exercício. No entanto, durante o governo Trump, o humor gerou polêmicas. Em 2018, a comediante Michelle Wolf causou mal-estar ao fazer piadas ácidas sobre a então secretária de imprensa Sarah Huckabee Sanders e a mídia.
A tradição de contratar comediantes para o evento já enfrentou turbulências no passado. Em 2006, Stephen Colbert irritou a plateia ao satirizar o então presidente George W. Bush. Em 2019, após as críticas a Wolf, a WHCA optou por um biógrafo, Ron Chernow, como palestrante — a primeira vez em 16 anos que um humorista não foi escalado.
A WHCA também perdeu parte de sua influência logística durante o governo Trump. A administração passou a controlar o acesso de veículos à Casa Branca e ao Air Force One, privilegiando, em alguns casos, meios de comunicação pouco tradicionais em detrimento de gigantes como NBC News e The New York Times.
Mais detalhes sobre o formato revisado do jantar devem ser divulgados em breve.
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Este artigo foi inspirado no original disponível em variety.com
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