Temporada 3 De “A Lotus Branca” Segue Caminho Inesperado Até Desfecho Satisfatório

ALERTA DE SPOILER: Esta análise revela detalhes do final da 3ª temporada de The White Lotus, disponível no Max.

No começo, era quase possível esquecer que The White Lotus era uma espécie de mistério assassinato. Em 2021, a 1ª temporada do drama da HBO priorizava a sátira social, deixando as mortes em segundo plano. O cadáver no prólogo parecia apenas um gancho, até que o criador Mike White provou que nem precisava dele para prender nossa atenção. Mas, à medida que a série evoluiu de um projeto pandêmico para uma franquia gigante, The White Lotus abraçou os elementos que a definem — incluindo as fatalidades.

A 3ª temporada, ambientada na Tailândia, foi a que mais insistiu em seu desfecho violento, interrompendo uma sessão de meditação com tiros logo no início. Esse recurso pode ter irritado parte do público, já que esta foi a temporada mais polarizadora até agora. O final, com seus 90 minutos (o episódio mais longo da série), não resolveu totalmente os problemas de ritmo e a narrativa dispersa, mas foi forte o suficiente para deixá-los em segundo plano.

Com oito episódios (contra seis e sete das temporadas anteriores), houve espaço para mais tensão, alimentada pela trilha sonora ominosa de Cristobal Tapia de Veer — que deixará a série e fará falta. Algumas tramas, porém, ganharam mais destaque do que deveriam. Enquanto as discussões entre Jaclyn (Michelle Monaghan), Laurie (Carrie Coon) e Kate (Leslie Bibb) eram sempre divertidas, o drama do patriarca Timothy Ratliff (Jason Isaacs) parecia arrastado.

O suspense foi bem dosado: Timothy roubou uma arma, mas o segurança Gaitok (Tayme Thapthimthong) a recuperou; a massagista Belinda (Natasha Rothwell) extorquiu Greg (Jon Gries), um assassino de esposas; e Rick (Walton Goggins) quase atirou em Jim Hollinger (Scott Glenn), revelado como seu pai em um twist previsível. No fim, Chelsea (Aimee Lou Wood), Rick e Jim morreram — além de um segurança, tornando a contagem de mortes maior que o previsto pela própria Chelsea.

A espiritualidade oriental, tema incomum para uma série tão luxuosa, serviu para reforçar a mensagem central: os escapes que buscamos — seja um resort, seja vingança — só aumentam o sofrimento. Rick teve a chance de superar seu trauma, mas cedeu aos demônios do passado.

Nem tudo foi tragédia. Laurie (Carrie Coon), a mais cética do trio de amigas, teve um momento catártico ao abandonar sua inveja. Já Belinda, ao conseguir US$ 5 milhões de Greg, tornou-se exatamente o tipo de pessoa que costumava odiar. E Gaitok conquistou seu crush Mook (Lalisa Manoban), mas traindo seus princípios pacifistas.

A única cena desnecessária foi o quase-envenenamento de Lochlan (Sam Nivola) por um shake de proteína — um assassinato por Vitamix que, depois da humilhação da Peloton em And Just Like That, deve deixar marcas de luxo em alerta.

No geral, The White Lotus conseguiu unir personagens e ideias díspares em uma reflexão sobre satisfação. Rick e Chelsea nunca saíram do resort, e os Ratliff enfrentam um futuro incerto. Nós, espectadores, saímos sem arrependimentos.


Este artigo foi inspirado no original disponível em variety.com

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