Rick Hatchett (interpretado por Walton Goggins) viajou até o resort White Lotus na Tailândia com um objetivo: confrontar e matar Jim Hollinger (Scott Glenn), dono do hotel junto de sua esposa, Sritala (Lek Patravadi). Ao descobrir que Jim havia sofrido um AVC e estava hospitalizado em Bangkok, Rick abandonou sua namorada (Aimee Lou Wood) no resort para finalmente se vingar. Ele acredita que Jim assassinou seu pai, baseado em algo que sua mãe disse antes de morrer. Rick nunca conheceu o pai, e essa ausência — somada à presença imaginária de Jim — assombrou sua vida inteira.
Mas ele realmente matou Jim? Não. Depois de invadir a casa de Jim com a ajuda de seu antigo parceiro duvidoso, Frank (Sam Rockwell), Rick encarou o inimigo face a face e, em vez de atirar, apenas derrubou a cadeira em que Jim estava sentado. Neste penúltimo episódio da temporada, Rick finalmente enfrenta o “bicho-papão” que o assombrou desde a infância. Como Goggins explica, seu personagem experimenta “a libertação de 53 anos de dor”. A cena final mostra Rick em uma festa regada a drogas e mulheres, sentado no sofá, abstêmio mas eufórico, com um sorriso que revela sua vitória — mesmo sem derramar sangue.
Foi uma jornada emocional intensa em um único episódio. Goggins, veterano da TV com trabalhos em Justified e Fallout, falou com a Variety antes da estreia do episódio sobre o desafio de construir esse momento, a colaboração com o criador Mike White e a polêmica relação de Rick com Chelsea — que ele defende com unhas e dentes.
Quanto tempo levou para filmar o confronto com Scott Glenn?
Goggins revela que a cena foi gravada em uma única noite, após meses de preparação emocional. “Era o meu Monte Everest, meu apocalipse particular”, diz. A tensão era tão grande que Sam Rockwell, seu amigo próximo, precisou acalmá-lo nos bastidores. No fim, Rick não mata Jim — apenas o derruba da cadeira, percebendo que o homem que o assombrou por décadas era apenas um velho frágil.
Por que Rick desistiu da vingança?
Para Goggins, a resposta está na epifania de seu personagem: “Toda a raiva que ele carregou por anos simplesmente evaporou. De repente, não havia mais um monstro — só um homem patético”. A cena final, com Rick sorrindo em meio ao caos da festa, foi filmada quatro vezes até capturar a essência da libertação. “Na última tomada, eu senti arco-íris saindo do meu peito”, brinca o ator.
A entrevista, editada e condensada, revela a profundidade por trás de uma das temporadas mais intensas de The White Lotus — e como um sorriso pode resumir décadas de dor superada.
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Este artigo foi inspirado no original disponível em variety.com