China Planeja Reduzir Importação de Filmes Norte-Americanos Após Impostos de Trump

ATUALIZAÇÃO: A Administração de Cinema da China confirmou que reduzirá a importação de filmes norte-americanos para o país. A medida surge em resposta à mais recente escalada na guerra comercial iniciada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que anunciou uma pausa de 90 dias para alguns países, mas elevou as tarifas sobre produtos chineses para 25%. “A ação equivocada do governo dos EUA ao impor tarifas abusivas à China inevitavelmente reduzirá ainda mais a preferência do público doméstico por filmes americanos”, declarou a Administração de Cinema nesta quinta-feira. “Seguiremos as regras de mercado, respeitaremos a escolha do público e reduziremos moderadamente a quantidade de filmes norte-americanos importados.”

ANTERIORMENTE: No último fim de semana na China, “A Minecraft Movie”, da Warner Bros. e Legendary, liderou a bilheteria e quebrou a hegemonia do blockbuster local “Ne Zha 2”, que arrecadou US$ 2,11 bilhões após 10 semanas em cartaz. No entanto, o triunfo pode ser passageiro devido às tarifas impostas por Trump. As taxas sobre produtos chineses, atualmente em 54%, podem subir para 104% como retaliação às medidas da China. Agora, o país estuda possíveis contramedidas que poderiam prejudicar o acesso de Hollywood ao segundo maior mercado de cinema do mundo, segundo publicações de figuras influentes nas redes sociais chinesas.

Entre as medidas em avaliação está a redução ou até mesmo a proibição da importação de filmes norte-americanos. As informações foram compartilhadas por Liu Hong, editor-chefe adjunto do site da agência estatal Xinhua, e por “Chairman Rabbit”, pseudônimo de Ren Yi, neto de um ex-líder do Partido em Guangdong. As postagens citam fontes não identificadas e surgiram horas depois de a China prometer “lutar até o fim” contra as ameaças tarifárias de Trump.

O governo chinês tem controle absoluto sobre a distribuição de filmes no país. Produções estrangeiras só podem ser exibidas oficialmente por meio de duas empresas estatais, dentro de uma cota limitada de 34 títulos com divisão de receita ou em contratos de compra direta. A bilheteria chinesa teve um desempenho fraco em 2024, com US$ 5,8 bilhões, mas projeta-se um crescimento de 30% em 2025, chegando a US$ 7,6 bilhões. A ausência de grandes produções de Hollywood, como “Missão Impossível: O Acerto Final” e “Superman”, poderia impactar esses números.

Uma ação contra Hollywood representaria uma escalada significativa nas tensões comerciais entre as duas potências. A China se tornou um mercado vital para os estúdios, com filmes como “Vingadores: Ultimato” e “Avatar: O Caminho da Água” gerando centenas de milhões em receita. No entanto, há indícios de que a ameaça pode ser mais retórica do que prática. A Marvel, por exemplo, acaba de confirmar a estreia de “Thunderbolts*” na China para 30 de abril, um sinal de que uma proibição imediata parece improvável. Fontes próximas ao assunto afirmam que não há novas diretrizes sobre a importação de filmes norte-americanos até o momento.

Dada a relação próxima entre o governo chinês, exibidores e incorporadoras, políticas que prejudiquem o público nos cinemas seriam contraproducentes para os interesses econômicos do país. A indústria do entretenimento acompanha atentamente os desdobramentos enquanto as tensões entre Washington e Pequim permanecem.


Este artigo foi inspirado no original disponível em variety.com

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