Microsoft Enfrenta Acusações de Fraude em Avanços do Chip Quântico Majorana: Controvérsia Científica Aquece Após Alegações de Novo Estado da Matéria

No mês passado, comentei sobre a afirmação da Microsoft de que seu novo chip quântico é alimentado por um “estado completamente novo da matéria”. Na época, decidi deixar para os especialistas avaliarem se o chip Majorana 1 realmente representa o avanço que a empresa alega. E, felizmente, fiz isso, porque agora há uma controvérsia considerável sobre o que realmente foi alcançado.

A Microsoft apresentará mais detalhes na Cúpula Global de Física da APS na próxima semana, mas, enquanto isso, alguns cientistas já estão contestando as grandiosas alegações da empresa. De acordo com o The Register, Sergey Frolov, professor de física e astronomia da Universidade de Pittsburgh, classificou o projeto da Microsoft como “essencialmente fraudulento”.

Para contextualizar, a Microsoft afirmou que o chip “utiliza o primeiro topocondutor do mundo, um material revolucionário que pode observar e controlar partículas Majorana para produzir qubits mais confiáveis e escaláveis, que são os blocos fundamentais dos computadores quânticos”. Além disso, a empresa declarou que esse topocondutor criou “um estado completamente novo da matéria”.

Pelo que entendo, com meu conhecimento científico limitado, o novo chip quântico da Microsoft supostamente usa férmions de Majorana, partículas emergentes teóricas e aparentemente descobertas recentemente, que são indistinguíveis de suas antipartículas. Essa característica ajudaria a melhorar a estabilidade dos qubits.

No entanto, o professor Frolov explica: “Isso é uma suposta tecnologia baseada em física básica que ainda não foi comprovada. Então, isso é um problema sério… Se todos os resultados relacionados aos Majorana forem minuciosamente analisados e criticados, não há como isso ser um qubit topológico. Sobra apenas uma opção: é uma apresentação não confiável. E é por isso que uso a palavra fraude, porque, neste ponto, não tenho outras palavras para descrever.”

O The Register destaca que a Microsoft não está calada sobre o assunto. Além da discussão na APS, a empresa respondeu a uma crítica prévia feita pelo Dr. Henry Legg, professor de física teórica da Universidade de St Andrews. Legg levantou várias questões, como o fato de as alegações topológicas da Microsoft se basearem em um artigo de 2023 que usa uma faixa de medição diferente, o código usado nesse artigo divergir do da própria Microsoft e a empresa ter alterado a definição de “topológico”.

Porém, o pesquisador da Microsoft, Chetan Nayak, rejeita essas críticas. Ele afirma, por exemplo, que não há “diferença entre o protocolo descrito por nós e o código implementado” e que “as faixas vêm de uma varredura inicial que descrevemos, e sempre analisamos todos os dados”.


Este artigo foi inspirado no original disponível em pcgamer.com.

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