MyTerms: Revolução na Privacidade Online ao Colocar Usuários no Controle dos Seus Dados

MyTerms: Revolução na Privacidade Online ao Colocar Usuários no Controle dos Seus Dados

📅 Publicado: 26/03/2025 às 07h04
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Descubra como você pode retomar o controle sobre suas informações pessoais na internet. Leia sobre o MyTerms, um documento que propõe uma forma revolucionária de estabelecer os termos básicos da nossa navegação online, tornando os usuários os donos dos dados.


Toda vez que você acessa um site, está firmando um acordo silencioso sobre o compartilhamento de informações. A página entrega o conteúdo que você solicitou, e em troca, coleta alguns dos seus dados pessoais. Pode ser apenas cookies de navegação, mas, com o avanço da publicidade direcionada, esse equilíbrio tem se tornado cada vez mais desigual, favorecendo quem realmente lucra com essa troca. Existem formas de se proteger, como a mulher que processou o Facebook por rastreamento em anúncios, mas na era digital, precisamos de soluções melhores.

MyTerms é o apelido de um documento criado pelo defensor da liberdade na internet, Doc Searls. Segundo o ArsTechnica, esse Draft Standard for Machine Readable Personal Privacy Terms propõe uma nova maneira de estabelecer os termos básicos da nossa navegação. Em vez de aceitar acordos individuais em cada site, o usuário pode definir previamente o que está disposto a compartilhar, criando uma base padrão para todas as interações online.

A ideia central é colocar o usuário no controle desses acordos, invertendo a lógica atual. Quem dita as regras é a pessoa, e os sites devem se adaptar a elas. Se uma plataforma exigir permissões além do configurado no MyTerms, terá que solicitar explicitamente — e aí o usuário decide.

Claro, ainda pode surgir o mesmo problema de hoje: abrir um site e ser imediatamente pressionado a conceder permissões extras, como já acontece com os pop-ups de cookies. Mas, ao menos, a referência inicial partirá de você, não da plataforma. Além disso, ao pedir algo além do básico, o site seria obrigado a justificar claramente o que deseja — nada de coletar dados sorrateiramente.

O documento está em desenvolvimento desde 2017, e uma versão completa deve ser lançada em breve. Se adotado em larga escala, poderá incentivar os usuários a preferirem sites que respeitem essas diretrizes. Se plataformas mais flexíveis ganharem popularidade pela facilidade, outras podem seguir o exemplo.

Porém, há um ar de utopia nisso tudo, já que, hoje, nós somos o produto. Dar esse controle aos usuários também pode aumentar sua conscientização. Atualmente, a maioria clica em “aceitar” sem ler termos de uso quilométricos, mais longos que a lista de compras do mês. A proposta é usar modelos como o Customer Commons (inspirado no Creative Commons) como base — mesmo sem entender tudo, soa mais confiável do que aceitar qualquer exigência aleatória de um site.

E, se definirmos primeiro o que permitimos, pelo menos teremos uma noção do que estamos cedendo.


Este artigo foi inspirado no original disponível em pcgamer.com.

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