Criadores de “Dying for Sex” Sobre Liberdade em Cenas de Sexo Não Penetrativo e Chorando Pizza Durante Morte de Molly

ALERTA DE SPOILER: Esta entrevista revela detalhes sobre a série Dying for Sex, disponível no Hulu. Baseada em uma história real, a produção acompanha a amizade entre Molly Kochan (Michelle Williams), uma paciente com câncer terminal, e Nikki Boyer (Jenny Slate), sua melhor amiga que se torna sua cuidadora. Por trás da série, está a dupla de roteiristas Elizabeth Meriwether e Kim Rosenstock, que já trabalharam juntas na comédia New Girl.

A inspiração veio de um podcast homônimo, gravado pela verdadeira Molly e Nikki antes de sua morte em 2019. “Ouvi tudo de uma vez”, conta Meriwether. “Foi emocionante. Choramos juntas ao falar sobre Molly, e adorei a mistura de humor e drama.”

Na trama, Molly decide deixar o marido (Jay Duplass) e explorar sua sexualidade nos últimos momentos de vida, com Nikki ao seu lado. As histórias são intensas — desde experiências com BDSM até a superação de um abuso na infância. “Era um material pesado, mas cheio de amor e risadas”, diz Meriwether.

Rosenstock inicialmente hesitou: “Eu realmente queria fazer uma série sobre câncer de mama metastático?”. Mas quando Meriwether acrescentou: “Ela também transa muito!”, a resposta foi imediata: “Me passa o link do podcast!”.

Adaptar a história exigiu cuidado, especialmente porque Nikki, agora produtora executiva, ainda lidava com a perda recente. “Ela soube quando contribuir e quando nos dar espaço”, elogia Meriwether. Uma das mudanças foi revelar o trauma da infância de Molly logo no início, em vez de guardá-lo para o final, como no podcast. “Queríamos mostrar sua jornada de cura, não apenas a dor”, explica Rosenstock.

Para dar um fecho emocionante, as roteiristas criaram o “Vizinho” (Rob Delaney), um personagem fictício baseado em parceiros reais de Molly. Seu romance traz um momento marcante: no hospital, ele lhe proporciona o primeiro orgasmo com um parceiro, realizando um desejo que a motivou a viver intensamente até o fim.

Outra cena poderosa foi inspirada por uma história real contada por Nikki: Molly experimenta uma banheira de parto para aliviar a dor, mas acaba percebendo que está pronta para partir. “Nikki chorou e comeu pizza durante as filmagens”, lembra Rosenstock. “Ela sabia que Molly adoraria ver sua história assim.”

A série também inova ao retratar o sexo de forma não convencional, com Molly evitando penetração e explorando o prazer de outras formas. Consultoras especializadas ajudaram a criar cenas sensuais sem clichês. “Mostramos um homem submisso sendo sexy, não ridículo”, destaca Rosenstock.

No centro de tudo, porém, está a amizade inquebrável entre Molly e Nikki. “Quero morrer com você, não com ele”, diz Molly à amiga. Meriwether resume: “Escrever essa relação foi fácil — elas quase não brigam, e isso é lindo”. Rosenstock concorda: “É inspirador. Você só quer que essa amizade nunca acabe.”

Este artigo foi inspirado no original disponível em variety.com

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