Fusão Entre Skydance e Paramount É Prorrogada por 90 Dias

Fusão Entre Skydance e Paramount É Prorrogada por 90 Dias

Skydance Media e Paramount Global esperam aprovação da FCC para concluir $8 bilhão de fusão. Se não for aprovada, o prazo se estende por 90 dias, até 7 de julho de 2025.

Por Pedro F7 de abril de 2025⏱️ 3 minutos de leitura

O acordo de US$ 8 bilhões entre a Skydance Media e a Paramount Global para fusão das empresas expirou em 7 de abril, enquanto as partes aguardam a aprovação da FCC (Comissão Federal de Comunicações dos EUA). Segundo os termos do contrato, o prazo para conclusão do negócio foi automaticamente prorrogado por mais 90 dias. Se, ao final desse período (7 de julho de 2025), a transação ainda não for finalizada, uma segunda prorrogação de 90 dias entrará em vigor. Essas extensões automáticas ocorrem quando “todas as condições para o fechamento, exceto aquelas relacionadas a aprovações regulatórias, forem cumpridas ou dispensadas”, conforme estabelecido no acordo.

Em 7 de julho de 2024, após meses de negociações intermitentes, Shari Redstone, acionista controladora da Paramount, fechou o acordo para unir o conglomerado de mídia à Skydance. A SEC (Comissão de Valores Mobiliários dos EUA) aprovou a fusão em fevereiro, e no mesmo mês a Comissão Europeia também deu sinal verde, afirmando que a operação não levantava preocupações antitruste significativas. No entanto, a FCC ainda não se pronunciou sobre o caso — e não há um prazo formal para que a agência emita sua decisão.

Mas qual é o motivo do atraso? O cenário político pode estar influenciando: antes das eleições de 2024, o ex-presidente Donald Trump processou a CBS News por uma entrevista no programa “60 Minutes” com a vice-presidente Kamala Harris, alegando edição enganosa. Ele pediu US$ 20 bilhões em indenização. No mês passado, a Paramount e a CBS pediram a rejeição da ação, classificando-a como “uma afronta à Primeira Emenda”. Brendan Carr, presidente da FCC e indicado por Trump, afirmou que o processo pode ser um fator na análise da fusão. Carr também declarou recentemente que bloqueará fusões de empresas de mídia que promovam programas de diversidade, equidade e inclusão (DEI), alinhando-se à agenda anti-DEI de Trump. Ele ordenou que a FCC investigasse práticas de DEI na Disney/ABC e Comcast/NBCUniversal, acusando-as de promover “formas perniciosas de diversidade”.

Já a Paramount, em fevereiro, anunciou ajustes em seus programas de DEI para cumprir as diretrizes do governo Trump. O acordo com a Skydance tem um valor empresarial estimado em US$ 28 bilhões, atribuindo à Skydance uma avaliação implícita de US$ 4,75 bilhões. Os acionistas da NAI receberão US$ 1,75 bilhões, além da assunção de dívidas (totalizando US$ 2,4 bilhões), enquanto os acionistas das ações classe B da Paramount Global terão direito a US$ 15 por ação. Cerca de US$ 6 bilhões do financiamento virão da família Ellison (incluindo Larry Ellison, fundador da Oracle), e US$ 2 bilhões serão aportados pela RedBird Capital Partners. Em outubro passado, a Skydance atualizou sua documentação na FCC, esclarecendo que David Ellison, CEO da empresa, detém 100% dos direitos de voto da família na nova Skydance-Paramount — e não Larry Ellison, como indicado anteriormente.


Este artigo foi inspirado no original disponível em variety.com

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