Missy Elliott levou todo o espetáculo de sua turnê “Out of This World” para o palco do Coachella na sexta-feira, apresentando um show eletrizante — se não quase idêntico ao do ano passado — repleto de coreografias intensas, pirotecnia e visuais hipnotizantes que resumiram sua carreira de forma vertiginosa. Quem já viu algum dos shows da turnê reconheceria na hora o mesmo formato aplicado ao Coachella, desde o traje esvoaçante durante “She’s a Bitch” até a gigantesca figura de Mega Man Missy navegando pelo espaço em “Sock It 2 Me”. Mas mesmo quem já conhece o espetáculo sabe que vale a pena repetir a experiência. Afinal, no ano passado, ela estreou sua primeira turnê como atração principal — sim, a primeira, acredite — com uma produção surreal inspirada em uma viagem intergaláctica. Acompanhada por Ciara, Busta Rhymes e Timbaland, ela revisitou seus maiores sucessos com uma trupe de dançarinos e levou o público ao êxtase com coreografias impecáveis e hits atemporais. No Coachella, não houve convidados especiais ou mudanças na fórmula, apenas a energia inovadora que consagrou seu hip-hop único no mainstream pop. “Esta é a única vez que você verá algo assim na vida. Então, vamos começar?” anunciou a narração no início do show. E a mensagem fazia sentido — quando será que Missy Elliott decidirá nos presentear com seu talento novamente?
Para abrir o show, Elliott mergulhou no universo de Transformers, surgindo em um exoesqueleto de carro que se desprendeu para revelar um traje reluzente e um capacete de moto cravejado de cristais. Ela detonou “We Run This” e “4 My People”, duas pérolas de seu repertório, antes de gritar para a plateia: “E aí, Coachella! Eu disse: E aí, Coachella! Tô aqui pra levar vocês lá no começo. Posso levar vocês lá atrás? Fãs da primeira hora, fazem barulho! Vamos voltar no tempo, tipo anos 90? Vamo nessa!”. E assim começou o desfile de clássicos, de “I’m Really Hot” e “Gossip Folks” até “One Minute Man” e “Hot Boyz”. Em seguida, transportou o público para o Planeta Neon, com figurinos fluorescentes embalados por “Work It” e “Pass That Dutch”, fechando com chave de ouro em “Lose Control”. Foi uma viagem no tempo com a assinatura inconfundível de Missy — exatamente o que todos esperavam, mesmo depois de tantos anos.
É fácil esquecer o quanto Missy Elliott foi — e ainda é — revolucionária. Seu estilo é tão original que até hoje é difícil encontrar algo comparável. A turnê “Out of This World” foi uma celebração de sua trajetória, tanto para os fãs de longa data quanto para os novos ouvintes. Quem acompanha sua carreira sabe: Missy Elliott é eterna. E o Coachella foi só mais um lembrete disso.
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Este artigo foi inspirado no original disponível em variety.com