A cineasta documentarista Andrea Blaugrund Nevins, indicada ao Oscar e vencedora de um Emmy por trabalhos como Tiny Shoulders: Rethinking Barbie e The Other F Word, faleceu no dia 12 de abril em sua casa em Los Angeles, vítima de câncer de mama. Ela tinha 63 anos.
Como diretora, produtora e roteirista, Blaugrund Nevins explorou temas variados – desde o legado da Barbie até os desafios de jogadores aposentados da NFL – em uma carreira marcada por escolhas ecléticas e um desejo profundo de dar voz aos underdogs. Seu último trabalho foi o documentário The Cowboy and the Queen (2023), lançado pela Greenwich Entertainment, que retrata a improvável amizade entre a rainha Elizabeth II e o treinador de cavalos californiano Monty Roberts.
The Other F Word, um lançamento independente exibido no festival SXSW em 2011, acompanhou a vida de músicos punk rock que se tornaram pais. Já Tiny Shoulders foi um estudo pós-feminista sobre a influência cultural da boneca da Mattel.
“Andrea era uma contadora de histórias brilhante, capaz de criar uma intimidade autêntica com os personagens de seus filmes. Ela tecia narrativas instigantes sobre empoderamento, coragem e a beleza das relações humanas inesperadas”, disse Kim Culmone, vice-presidente sênior da Mattel, que colaborou com Blaugrund Nevins no documentário sobre a Barbie.
Em 2011, durante a exibição de The Other F Word no SXSW, ela explicou à Variety o que a atraía na história daqueles pais punk: “Achávamos que seria engraçado ver anti-autoritários se tornando figuras de autoridade. Mas foi surpreendentemente emocionante.”
Entre seus outros projetos estão o documentário Hysterical: The Future of Comedy is Female (FX, 2021), o esportivo Play It Forward (Showtime, 2015) e um episódio da série State of Play (HBO, 2014). Ela recebeu uma indicação ao Oscar pelo curta Still Kicking: The Fabulous Palm Springs Follies (1997).
Casada por quase 30 anos com o ex-executivo da Showtime David Nevins, Andrea era conhecida não só por seu trabalho no cinema, mas também por seu ativismo em causas filantrópicas e educacionais. Apaixonada por moda, frequentava tapetes vermelhos com peças vintage ou de designers emergentes.
Nascida em Nova York em 1962, ela cresceu envolvida em arte, balé, poesia e natação. Formou-se com honras em Harvard e trabalhou como jornalista na NPR e ABC News, onde ganhou um Emmy por um documentário sobre Hillary Clinton.
Além do marido, Andrea deixa três filhos adultos: Clara, Charlie e Jesse. A família pede doações em seu nome para o X Fund, organização que ela ajudou a fundar para apoiar mulheres e meninas em Los Angeles.
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Este artigo foi inspirado no original disponível em variety.com