A Casa Branca de Trump emitiu uma ordem executiva na quinta-feira à noite determinando o bloqueio de todo financiamento federal à Public Broadcasting Service (PBS) e à National Public Radio (NPR), acusando ambas as organizações de veicularem “cobertura jornalística tendenciosa e partidária”. A ordem instrui o conselho da Corporation for Public Broadcasting (CPB) a “cessar o financiamento direto à NPR e PBS” no “máximo permitido por lei”. O governo argumenta que, segundo o estatuto da CPB, a entidade não pode “contribuir ou apoiar qualquer partido político”.
A administração Trump também criticou o financiamento público a veículos de comunicação, classificando-o como “não apenas ultrapassado e desnecessário, mas prejudicial à aparência de independência jornalística”. Segundo a ordem, o cenário midiático se tornou mais “abundante” e “diversificado” desde a criação da CPB em 1967. A corporação distribui verbas para emissoras públicas locais de rádio e TV, que, por sua vez, pagam licenças para transmitir programação da NPR e PBS. A ordem de Trump também busca impedir o financiamento “indireto” dessas redes por meio das estações locais.
Em resposta, a CPB e três membros de seu conselho – Tom Rothman, Diane Kaplan e Laura Ross – entraram com uma ação judicial na terça-feira para barrar uma tentativa prévia do governo de demiti-los. A ação alega que a CPB foi criada como agência independente justamente para evitar interferência política, e que seus conselheiros não são funcionários federais passíveis de remoção pelo presidente. “Membros do conselho da CPB não podem ser afetados, controlados ou perturbados por ações do governo”, diz o processo. Os três foram nomeados por Biden para mandatos de seis anos.
Uma audiência sobre o caso está marcada para 14 de maio. Em nota, um porta-voz da CPB destacou: “Os conselheiros são essenciais para a gestão desta corporação privada sem fins lucrativos, que financia mais de 1.500 emissoras públicas independentes em todo o país, garantindo acesso universal a conteúdo gratuito e de qualidade que educa, informa e conta nossa história americana”.
Desde que assumiu o cargo em janeiro, Trump já assinou mais de 140 ordens executivas – recorde para um presidente em seus primeiros 100 dias de mandato.
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Este artigo foi inspirado no original disponível em variety.com