Durante a movimentada semana de negócios da Disney em Nova York, Dana Walden, co-presidente da Disney Entertainment, destacou em uma entrevista com James Cramer, da CNBC, o potencial de crescimento dos serviços de streaming da empresa e a força de seu negócio linear. “Este é um setor em expansão para nossa companhia”, afirmou Walden, referindo-se ao Disney+ e ao pacote que inclui também Hulu e ESPN+, que recentemente alcançou rentabilidade. “Estamos caminhando para margens de dois dígitos”, algo que o mercado financeiro espera da Disney após anos de investimentos bilionários.
Cramer elogiou o desempenho da Disney no primeiro trimestre do ano e a alta consecutiva de suas ações nas últimas oito sessões. Ele destacou a liderança de Bob Iger e Walden na recuperação de um setor que antes acumulava prejuízos pesados. “Vocês têm um catálogo incrível e propriedades intelectuais valiosas, mas esse negócio perdia um bilhão por trimestre. Era o motivo pelo qual as pessoas desgostavam da Disney. Agora, é justamente o que faz todos amarem a empresa e impulsiona as ações”, disse Cramer.
Questionada sobre o ceticismo de Wall Street em relação à TV linear tradicional, Walden explicou como a estratégia da Disney aproveita o melhor dos dois mundos: “Nossos canais lineares — FX, Disney Channel, Nat Geo e ABC — atendem ao público que ainda consome TV tradicional, enquanto o mesmo conteúdo chega depois ao streaming, sob demanda. Isso nos permite alcançar uma audiência ampla: metade assiste pela programação linear, e a outra metade, pelo streaming”.
Ela também comentou o anúncio do lançamento do serviço standalone da ESPN, que chegará ainda este ano como opção avulsa ou parte do pacote Disney+. “Em breve, os assinantes poderão ter os três serviços integrados em um único aplicativo, o Disney+. Nossa estratégia de pacotes está dando certo”, afirmou. Além disso, Walden destacou como os sucessos bilionários do cinema alimentam o catálogo do streaming: “Esses filmes atraem novos assinantes e aumentam o engajamento”.
Cramer não poupou elogios: “Você trouxe uma energia nova. Artistas querem trabalhar com vocês”. Mas levantou a questão da diferença de valorização entre Disney e Netflix, cujas ações fecharam em patamares distintos no dia. Walden, vista como forte candidata a suceder Iger em 2025, evitou comparações diretas: “O Disney+ tem apenas cinco anos. Estamos crescendo em todos os indicadores e temos um ecossistema único, que conecta streaming, parques, produtos e muito mais. Não nos medimos pela concorrência”.
A entrevista reforçou sua posição como uma das principais vozes da Disney, capaz de navegar até mesmo as águas imprevisíveis de um debate com Cramer.
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Este artigo foi inspirado no original disponível em variety.com