Fatma Hassona é Homenageada na Premiere de Filme em Cannes

Fatma Hassona é Homenageada na Premiere de Filme em Cannes

O mundo premiere do documentário "Coloque seu espírito nas suas mãos e caminhe" de Sepideh Farsi, em Cannes, transformou-se em um tributo emocionado à sua protagonista Fatma Hassona, assassinada por um míssil israelense apenas semanas antes.

📅 Publicado em 15 de maio de 2025 às 18h20
📝 Atualizado em 15 de maio de 2025 às 18h21
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A estreia mundial do documentário “Put Your Soul on Your Hand and Walk”, de Sepideh Farsi, no Festival de Cannes, transformou-se em uma emocionante homenagem à sua protagonista, Fatma Hassona, morta por um míssil israelense poucas semanas antes. Com voz embargada e lágrimas nos olhos, Farsi apresentou o filme e, ao final, ergueu uma foto de Hassona, em um momento carregado de comoção.

Hassona, fotojornalista de 25 anos que vivia em Gaza, foi morta junto com sua família em abril, quando um míssil israelense atingiu seu prédio. A tragédia ocorreu apenas um dia após o filme ter sido selecionado para Cannes. No documentário, revela-se que Farsi e Hassona haviam conversado sobre a possibilidade de ela deixar Gaza para participar do festival.

No primeiro dia do evento, Hassona foi lembrada em uma carta assinada por mais de 370 personalidades do cinema, que condenaram sua morte e criticaram o “silêncio” da indústria cinematográfica em relação a Gaza. Entre os signatários estavam nomes como Mark Ruffalo, Guy Pearce, Pedro Almodóvar, Javier Bardem e Viggo Mortensen. A carta também questionou a falta de apoio da Academia (AMPAS) a Hamdan Ballal, co-diretor de “No Other Land”, após sua prisão pelo exército israelense.

“Envergonha-nos tanta passividade”, dizia o texto, que terminava com um apelo: “Por Fatma, por todos os que morrem na indiferença. O cinema tem o dever de carregar suas mensagens, de refletir nossas sociedades. Vamos agir antes que seja tarde demais.”

Após a notícia da morte de Hassona, a equipe da ACID divulgou uma declaração emocionada: “Seu sorriso era tão mágico quanto sua tenacidade: documentando Gaza, distribuindo comida sob as bombas, enfrentando o luto e a fome. Nós a ouvimos, comemoramos cada aparição sua, tememos por sua vida.”

E continuou: “Tínhamos programado um filme no qual a força vital dessa jovem parecia um milagre. Agora, não é mais o mesmo filme que vamos exibir em Cannes e em todos os cinemas. Todos nós, cineastas e espectadores, devemos ser dignos de sua luz.”


Este artigo foi inspirado no original disponível em variety.com

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