No início de 2023, Zachary Levi estava no auge de sua carreira. Após cinco anos como protagonista da série de espionagem Chuck, da NBC, o ator consolidou-se como um nome de peso no cinema graças ao sucesso de Shazam!. O filme da DC foi um investimento seguro para a Warner Bros., arrecadando US$ 368 milhões mundialmente com um orçamento de US$ 90 milhões. Porém, na reta final das filmagens da sequência, Levi causou polêmica ao comentar de forma vaga sobre as vacinas da COVID-19. Em resposta a um usuário do Twitter que perguntou se ele concordava que a Pfizer era “um perigo real para o mundo”, o ator respondeu: “Concordo plenamente”.
Era o tipo de declaração que já havia prejudicado as carreiras de outras estrelas de super-heróis, como Letitia Wright e Evangeline Lilly, mas Levi não recuou. No ano seguinte, ele apoiou publicamente o candidato presidencial Robert F. Kennedy Jr., figura polêmica em Hollywood por suas posições contra as vacinas. Quando Kennedy desistiu da corrida democrata e pediu que seus apoiadores votassem em Donald Trump, Levi hesitou, mas depois decidiu endossar o ex-presidente — uma escolha impopular entre seus colegas de Hollywood.
Enquanto sua carreira no cinema enfrentava altos e baixos, Levi preparava um projeto ambicioso: a criação de um estúdio cinematográfico em Austin, Texas, batizado de Wyldwood Studios. A cidade, aliás, já abriga outras figuras críticas às vacinas, como Joe Rogan e Woody Harrelson. Enquanto esses nomes mantêm suas carreiras intactas, Levi enfrenta resistência — sua trajetória já estava em declínio antes mesmo das polêmicas.
Em março, pouco antes de se tornar pai pela primeira vez, Levi recebeu a confirmação de que alguns profissionais do meio preferiam não trabalhar com ele. “Minha equipe me avisou. Não citaram nomes, mas sei que há quem evite colaborar comigo agora”, admitiu o ator, em um café de Brentwood. “Sabia que isso poderia acontecer. Não tomei essa decisão de forma impulsiva.”
Seus planos para o Wyldwood incluem um complexo de US$ 100 milhões com estúdios de gravação, anfiteatros, um hotel boutique e até um restaurante com ingredientes locais. Levi comprou os 75 hectares às margens do Rio Colorado antes mesmo de se tornar um “pária” em Hollywood. “A indústria está desmoronando. Precisamos de um espaço que valorize conteúdo verdadeiramente humano”, defende.
Apesar das críticas, Levi mantém aliados. Josh Schwartz, criador de Chuck, elogia sua visão empreendedora. Já o diretor Guy Moshe, que trabalhou com ele em Hotel Tehran, vê coragem em suas opiniões controversas. Por outro lado, a atriz Laura Benanti não poupou críticas após Levi sugerir que as vacinas poderiam ter contribuído para a morte de um colega de elenco.
Quanto ao futuro de Shazam!, Levi afirma que adoraria reprisar o papel, mas não sabe se haverá uma terceira aventura. Enquanto isso, ele se prepara para uma nova fase: a mudança para o Texas com a família e a construção de seu estúdio independente. “Hollywood está sangrando. Se não nos adaptarmos, seremos engolidos pela tecnologia”, reflete. “Prefiro sair do que ficar assistindo ao declínio.”
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Este artigo foi inspirado no original disponível em variety.com