O movimento “Stop Killing Games”, que visa questionar a legalidade das editoras que descontinuam jogos vendidas aos consumidores, tem ganhado força recentemente. Com mais de um milhão de assinaturas em sua petição na Iniciativa de Cidadãos Europeus, esse número é suficiente para garantir uma resposta oficial da Comissão Europeia. Em resposta, a associação de lobby da União Europeia, Video Games Europe, emitiu uma declaração contrária ao movimento.

A declaração da Video Games Europe expressa reconhecimento pela dedicação da comunidade, mas ressalta que a decisão de encerrar serviços online envolve diversos fatores, não sendo uma escolha simples. É importante que as empresas tenham essa opção quando o suporte a uma experiência online não se torna economicamente viável. A entidade entende a frustração dos jogadores, contudo, destaca que, quando tais mudanças são feitas, há uma comunicação adequada aos usuários, seguindo as leis de proteção ao consumidor locais.

Além disso, a Video Games Europe argumenta que servidores privados podem não ser uma alternativa viável, uma vez que a segurança dos dados dos jogadores e a remoção de conteúdo ilegal poderiam ficar comprometidas. Muitos jogos, inclusive, são desenvolvidos especificamente para uma experiência online, e as propostas atuais podem limitar a liberdade dos desenvolvedores, tornando a criação desses jogos financeiramente inviável. A associação se mostra aberta ao diálogo com os formuladores de políticas e com os líderes da Iniciativa de Cidadãos Europeus nos próximos meses.

A Video Games Europe também divulgou um documento detalhando sua posição contrária ao movimento “Stop Killing Games”. Para oferecer contexto, o movimento possui uma seção de perguntas frequentes que aborda algumas inquietações levantadas pela associação.

O “Stop Killing Games” teve início no ano passado por influência do YouTuber Ross Scott, após a Ubisoft decidir encerrar os servidores de “The Crew” em março de 2024, o que resultou até em uma ação judicial contra a empresa. Outros jogos notáveis que também passaram pela mesma situação desde então incluem o aclamado “Concord” e, recentemente, foi anunciado que os servidores de “Anthem” seriam desativados em janeiro próximo.

O prazo da petição se encerra no final deste mês, 31 de julho, o que significa que qualquer decisão legal proveniente de uma possível investigação da Comissão Europeia poderá demorar ainda alguns anos.