A Fórmula 1, frequentemente abreviada como F1, tem ganhado destaque e se consolidado como um dos esportes mais admirados globalmente. Seja através do sucesso de um filme com um famoso ator, ou pela construção de uma pista no coração de Las Vegas para realizar uma corrida, o interesse por esse famoso automobilismo internacional está em alta. Embora à primeira vista pareça apenas mais uma modalidade de Grande Prêmio onde os pilotos testam suas habilidades na pista, uma análise mais profunda revela uma intensa competição técnica, tanto dentro quanto fora das corridas. De várias maneiras, a Fórmula 1 se assemelha a um videogame, onde cada detalhe do equipamento e da construção é crucial, tornando-se uma experiência singular no mundo dos esportes. Na verdade, pode-se dizer que a Fórmula 1 é o esporte ideal para quem é apaixonado por gaming.

Vamos começar pelo básico: o que é a Fórmula 1 e como se diferencia de outras ligas de corridas de Grande Prêmio, que têm uma presença comum, mas são menos populares? Nas demais ligas, pilotos e equipes precisam usar os mesmos chassi e especificações de veículo. Por exemplo, no NASCAR, todos os pilotos competem com o mesmo modelo, onde a vantagem se resume a pura habilidade durante a corrida. Essa não é a realidade na Fórmula 1.

Cada equipe de F1 recebe um conjunto de diretrizes amplas, especificações e um orçamento: uma “Fórmula” a ser respeitada. Baseando-se nessas diretrizes, as equipes constroem seus carros de corrida desde o início, contando com uma equipe de engenheiros e mecânicos. Como cada equipe tem liberdade para desenvolver seu próprio veículo, busca-se explorar todas as vantagens possíveis no design e na fabricação, até os menores detalhes. Isso resulta em carros que têm mais semelhança com jatos e espaçonaves do que com os veículos comuns que encontramos nas ruas.

Para tornar a competição ainda mais interessante, cada equipe deve construir seu carro duas vezes, pois as regras da Fórmula 1 exigem que haja dois pilotos e dois veículos por equipe. Esses pilotos não podem se comunicar entre si durante a corrida, mas é crucial que mantenham contato constante com o chefe da equipe e os engenheiros. Através de comunicação por rádio, as equipes podem alterar estratégias e adaptar planos em tempo real durante as corridas, de forma semelhante à comunicação entre colegas em um jogo de tiro em primeira pessoa ou em um MOBA.

Após a construção dos carros, é hora de se dirigir à pista. Os eventos de Grande Prêmio, que fazem parte de um campeonato de corridas, geralmente incluem quatro etapas: duas sessões de prática, uma sessão de qualificação e a corrida principal. Durante as práticas, os pilotos realmente praticam. Enquanto nas ligas como o NASCAR os circuitos costumam ter formato oval, garantindo uma experiência consistente, a Fórmula 1 apresenta pistas com curvas agressivas e trechos retos. Isso exige que os pilotos se familiarizem com cada traçado. As equipes também ajustam seus veículos durante essas sessões, levando em consideração variáveis como clima e temperatura do asfalto para as modificações finais e escolha de pneus. É como treinar uma pista desafiadora em um jogo de corrida antes de entrar em uma competição online.

Falando em jogos, muitos games de corrida se orgulham de serem simulações fiéis dos esportes automobilísticos. Desde Gran Turismo até a franquia anual de F1, a prioridade é reproduzir a experiência do automobilismo. As simulações também são fundamentais na Fórmula 1, pois os pilotos utilizam sofisticados simuladores para treinar sem precisar pisar na pista. Com tecnologias avançadas e um uso inteligente de telas e dispositivos de direção, os pilotos conseguem vivenciar réplicas quase exatas de situações que enfrentarão durante a corrida.

Após as sessões de prática, começa a parte realmente decisiva. Com as informações adquiridas, os pilotos competem em uma qualificação para determinar a posição de largada na corrida. A almejada pole position, ou “P1”, é o foco das equipes, sendo que qualquer posição abaixo disso é vista como desvantagem, que pode adicionar segundos ao tempo de volta.

Estabelecidas as posições de largada, entra em cena a corrida de verdade, onde as equipes conquistam pontos para a classificação da temporada com base na posição final. É uma disputa acirrada, e as equipes devem operar em desempenho máximo, até nos mínimos detalhes.

Durante a corrida, quando os pilotos precisam fazer paradas para troca de pneus e reparos, a equipe de box deve garantir que o retorno à pista ocorra em menos de dois segundos — e frequentemente conseguem. Decidir o momento certo para essas paradas é uma estratégia que requer atenção e análise cuidadosas. Por isso, as equipes não apenas acumulam pontos por suas habilidades na pista, mas também pelas atuações das equipes de box e engenharia. Os eventos de Grande Prêmio se repetem ao longo da temporada, e ao final, a equipe vencedora é reconhecida por suas habilidades técnicas e físicas, tanto na pista quanto fora dela. O resultado influencia os orçamentos para o ano seguinte; assim, a equipe que ganha recebe um valor menor em comparação com as vice-líderes, permitindo que outras equipes tenham uma nova oportunidade de se igualar em termos tecnológicos.

De várias formas, a Fórmula 1 assemelha-se a um jogo, mesmo para aqueles que não estão diretamente participando. Na maioria dos esportes, o equipamento e o estilo não têm impacto na performance, enquanto a Fórmula 1 cria a sensação de aprimorar um conjunto para superar desafios, necessitando repetição desse processo continuamente.

Um exemplo é a conquista do terceiro lugar por Nico Hulkenberg, que largou da 19ª posição, seu primeiro pódio em 239 corridas, um feito considerado improvável para uma equipe considerada inferior. Para alguém que gosta de Diablo, vejo uma forte semelhança entre aperfeiçoar e ajustar um personagem para um dano máximo em masmorras repetíveis, e as modificações que uma equipe de Fórmula 1 faz para reduzir segundos em seu tempo de volta. Quando tudo se encaixa, tanto no gaming quanto na Fórmula 1, as ações podem fluir como um relógio, proporcionando uma grande sensação de realização, especialmente quando se aplica o pensamento crítico.