O responsável pelo design do Xbox compartilhou informações em uma rede social sobre o encerramento da atual geração de consoles da marca. Embora isso possa ter diversas interpretações, é evidente que a Microsoft está refletindo sobre o futuro. A seguir, traremos os principais pontos abordados, além do que está se desenrolando na divisão de games da empresa no momento.

“À medida que concluímos esta trajetória com o Xbox Series X e Series S, a missão por trás desses consoles se baseia em tudo o que aprendi ao longo de 30 anos: criar tecnologia que seja poderosa, significativa e que se integre de forma harmoniosa à vida das pessoas,” declarou um dos líderes de design do Xbox.

“O Xbox representa diversão e jogos,” continuou. “O console, o controle, o headset e todos os dispositivos refletem não só aqueles que os criam, mas, principalmente, os que os escolhem e utilizam. Esses produtos são importantes para os usuários.”

Embora essa não seja uma grande novidade para quem tem acompanhado as pistas que a Microsoft tem deixado, é a primeira vez que alguém da equipe do Xbox aborda especificamente o encerramento dos consoles. Nos últimos meses, a Microsoft tem afirmado constantemente que “isso é um Xbox”, enquanto apresenta diversos eletrodomésticos e eletrônicos para destacar a amplitude – ou até a indefinição – do conceito de Xbox.

Em junho, a empresa também comentou sobre uma parceria com outra gigante da tecnologia para “co-desenvolver silício para uma gama de dispositivos, incluindo futuros consoles de primeira linha e soluções de nuvem.”

Nos últimos 25 anos, houve uma frequência considerável de lançamentos de consoles a cada cinco anos. Cada novo dispositivo representava um grande marco, especialmente em uma época em que um novo lançamento dobrava a capacidade técnica ou abria novas dimensões de jogabilidade. Contudo, as gerações de consoles têm se estendido cada vez mais desde os tempos do Xbox 360 e do PlayStation 3, que duraram em torno de sete anos cada uma.

Na verdade, parece que os fabricantes de consoles ainda não exploraram todo o potencial de seus aparelhos. O desenvolvimento de jogos leva mais tempo e, devido ao uso de ferramentas de criação semelhantes, as inovações não surgem com a mesma rapidez de antes. Além disso, a Microsoft enfrentou um desvantagem significativa nesta geração, da mesma forma que aconteceu com o Xbox One; dados indicam que a Sony vendeu o dobro de unidades do PlayStation 5 em comparação às vendas do Xbox Series X e S.

Com a Microsoft apresentando números de vendas inferiores e ampliando a noção de que um portal Xbox pode assumir diferentes formas, parece que a empresa está minimizando a relevância de um console de primeira linha tradicional no futuro. Mesmo a sua colaboração com a parceira tecnológica menciona não só consoles, mas também uma “gama de dispositivos”. Um ex-executivo da PlayStation comentar recententemente que a Microsoft está em um “caminho semelhante” ao que a Sega enfrentou no fim da curta vida do Dreamcast.

Dito isso, a expressão “encerramento” pode ser complexa de interpretar. A Microsoft tem se esforçado para garantir que seu software seja compatível entre gerações desde os tempos do Xbox One. Os jogos já anunciados continuarão a ser jogáveis nos consoles da linha Xbox Series, e novos lançamentos provavelmente seguirão essa tendência.

Concluir uma geração de consoles é um processo que demanda anos. Para um líder de design, o que resta fazer com os consoles da linha Xbox Series, já que seu design está finalizado? Afinal, novos chips e dispositivos levam um tempo considerável para serem desenvolvidos, e o responsável pelo design afirmou que sua “jornada está longe de acabar”, o que sugere que ele tem muito trabalho pela frente com dispositivos de hardware ainda não anunciados.