Cynthia Erivo Inspira Mulheres Negras a Alcançar Novos Patamares

Cynthia Erivo elogiou as Black women na Essence Black Women in Hollywood awards, incentivando-as a sonhar grande e ocupar o seu espaço.
Enquanto Cynthia Erivo recebia seus prêmios na cerimônia do Essence Black Women in Hollywood, ela dedicou palavras de afirmação às mulheres negras que lotavam o salão, incentivando todas a sonharem grande e a “ocuparem espaço”. “Sei que algumas de nós nesta sala ainda estão esperando permissão para ser, para possuir cada faceta do que nos torna quem somos. Deixe-me ser a primeira a dizer: ‘Pare de se esconder'”, disse Erivo à plateia, reunida no Fairmont Century Plaza Hotel em Los Angeles naquela tarde de quinta-feira. “O que aprendi neste momento maravilhoso da minha vida é que, se você faz do seu jeito, ninguém pode tirar isso de você.”
Erivo — homenageada ao lado de Teyana Taylor, Raamla Mohamed, Marla Gibbs e Tyra Banks — começou seu discurso lendo uma citação que a Essence publicou logo após o lançamento de “Wicked” nos cinemas. A história caracterizou sua interpretação da jovem bruxa Elphaba, que é marginalizada por nascer com a pele verde, como um personagem que “fala diretamente ao coração de toda mulher negra que já foi julgada e incompreendida, mas que, ainda assim, descobriu que seu poder era um dom desde o início.” Com essa ideia em mente, Erivo usou seu tempo para encorajar a plateia de talentos, criativos e executivos negros a explorarem seu próprio poder.
“Você não estava louca quando sonhava em ser uma super-heroína. Você não estava pedindo demais quando queria ser vista como a protagonista”, disse Erivo. “Quando você era pequena e acreditava que podia voar, isso não era um conto de fadas. Quando você olha no espelho e a ideia passa pela sua mente, mesmo que por um breve momento, de que você pode possuir uma magia poderosa, alimente esse pensamento. Não o descarte, nutra-o, porque ele é gratuito. Quando você entra em uma sala e as pessoas olham, minha querida, você tem uma plateia agora. Dê a elas o que vieram buscar.”
Fazendo uma pausa para deixar a mensagem ecoar (e para os aplausos diminuírem), Erivo continuou: “Não é fácil acreditar que qualquer sonho que você tenha é possível, mas se você está sentada ouvindo uma britânica negra de cabeça raspada, nascida no sul de Londres, filha de uma mãe solteira… Se você está sentada ouvindo uma mulher negra de 30 e poucos anos, orgulhosa de ser alternativa, com um sorriso marcante, nariz largo e maçãs do rosto altas, então você está ouvindo uma mulher cujos sonhos se materializaram em tempo real diante dos seus olhos.”
Enquanto a plateia murmurava afirmações como “Mmhmm” e “sim”, Erivo finalizou seu discurso: “Eu consegui voar, e agora os céus estão esperando por você também… Espero e rezo para que esses sonhos que você guarda no fundo do peito venham à tona. Espero que os sonhos que você ousa sonhar realmente se realizem.”
Erivo recebeu seu prêmio das mãos de Keke Palmer, fechando um ciclo que começou no domingo anterior no NAACP Image Awards, quando Palmer destacou a estrela de “Wicked” (e até performou o icônico riff de “Defying Gravity”) ao aceitar o troféu de Artista do Ano. Erivo agradeceu a Palmer pelo gesto, que, segundo ela, elevou seu ânimo em meio ao cansaço da temporada de premiações, e também pelas “muitas vezes que você me celebrou, mesmo quando era o seu momento. É algo muito altruísta.”
A interação memorável também evocou outro momento icônico entre mulheres negras se apoiando — Whitney Houston e Natalie Cole no American Music Awards de 1991. Porque uma coisa é certa sobre as mulheres negras: nós sempre vamos celebrar umas às outras.
O evento especial, apresentado por Aldis Hodge, estrela de “Cross”, como o aliado masculino simbólico no salão, celebrou as mulheres negras de todas as formas possíveis — o que incluiu ver Issa Rae homenagear sua colega criadora de TV Raamla Mohamed (“Reasonable Doubt”, “Little Fires Everywhere”), compartilhando que era fã dela desde os 12 anos, quando sonhava em ser amiga de Mohamed e seu grupo de garotas mais velhas e descoladas. No mesmo espírito, Mohamed destacou quase três dezenas de escritoras negras — de Yvette Lee Bowser, Shonda Rhimes e Courtney Kemp, a Lena Waithe, Robin Thede e Natasha Rothwell — por “sobreviverem e prosperarem” e por inspirarem-na apesar dos desafios que todas enfrentam. “Tudo o que temos é umas às outras”, declarou Mohamed, enquanto a plateia aplaudia entusiasticamente.
Outro momento marcante foi quando Niecy Nash Betts fez uma homenagem poética à sua amiga Teyana Taylor, elogiando a artista multifacetada por seu talento como atriz, música, coreógrafa e muito mais; por sua resiliência diante das adversidades pessoais; e, é claro, por seu corpo incrível. “Agora vamos comprar a lingerie, mas, Teyana, os abdomens vêm junto?”, brincou Nash Betts, referindo-se à nova coleção de Taylor com a Victoria’s Secret.
Falando em beleza, outro destaque foi o discurso emocionado de Tyra Banks, que agradeceu à mãe, Carolyn London, por não permitir que ela desistisse quando lutava para se estabelecer em Paris durante a adolescência e por encorajá-la a assinar um grande contrato de modelagem, mesmo que isso significasse ganhar 90% menos do que uma modelo com um Q score inferior. “A percepção é a realidade”, sua mãe disse sobre o lado positivo de aceitar o acordo. “Você vai assinar isso e vai estar em todos os lugares. E essa percepção vai fazer o próximo cheque valer o que você realmente merece.” E ela estava certa. Refletindo sobre sua carreira, Banks acrescentou: “Estou tão feliz que eu, e tantas de nós, abrimos essa porta para que outras possam seguir. E agora, minha barriga com celulite, meus seios 10 milhões de vezes maiores, estão passando por essa porta que eu abri, com todas nós atrás na passarela dizendo: ‘Querida, isso é só o começo.'”
Confira abaixo alguns momentos da cerimônia deste ano, que será transmitida no canal do YouTube da Essence a partir de 3 de março:
—
Este artigo foi inspirado no original disponível em variety.com