“Until Dawn” pode não ter a popularidade cultural de “Minecraft”, mas o jogo de terror e sobrevivência conquistou uma base de fãs dedicada. O diretor David F. Sandberg e o roteirista Gary Dauberman não só são fãs do jogo, mas também a dupla perfeita para liderar a adaptação. Sandberg dirigiu o aclamado terror “Lights Out” e o elogiado “Annabelle: Creation”, que teve roteiro de Dauberman. Este, por sua vez, já adaptou outras franquias de terror, como os dois filmes de “It”. A nova história de “Until Dawn” não é um remake ou reboot, mas sim uma expansão do universo do jogo. Antes do lançamento, Sandberg e Dauberman revelaram detalhes sobre o filme, easter eggs e possíveis sequências.
Como vocês decidiram adaptar “Until Dawn” para o cinema?
Dauberman: Tudo começou com uma conversa com Blair Butler, minha co-roteirista. O jogo já é tão cinematográfico que não queríamos simplesmente recriar o que já foi feito. Nosso foco foi trazer personagens para uma nova narrativa, explorando os gêneros que inspiraram o jogo e levando isso ainda mais longe no filme.
O filme usa muitos efeitos práticos. Como foi essa escolha?
Sandberg: Sempre sonhei em fazer um filme assim. Sou fã de efeitos práticos, latex e sangue falso. Durante a pré-produção, muita gente assumia que certas cenas seriam feitas com CGI, mas insistimos em fazer o máximo possível de forma prática. Claro, há efeitos visuais também, mas queríamos ser criativos com o que podíamos fazer fisicamente. Quando dá certo, é incrível — como dizem em “Esquadrão Classe A”.
Quais elementos do jogo eram essenciais no filme?
Dauberman: Doutor Hill era um personagem que queríamos explorar mais, e trabalhar com Peter Stormare foi incrível. A máscara do Psicopata também era um símbolo icônico do jogo que precisava estar no filme. Mas, acima de tudo, queríamos capturar a essência do jogo: os sustos, a adrenalina e a diversão.
Sandberg: Para mim, como sueco, trabalhar com o Peter foi um sonho. Ele é um ícone do cinema, de “Fargo” a “Jurassic Park”. Escrevi uma carta em sueco para convencê-lo, e ele topou na hora.
O filme é bastante violento. Como decidiram o nível de sangue?
Sandberg: O jogo tem mortes brutais, e não poderíamos ficar aquém. Era importante manter essa intensidade. E, honestamente, foi muito divertido filmar essas cenas.
Quantos easter eggs vocês esconderam? Todos já foram descobertos?
Dauberman: Como o público ainda é limitado, acho que não encontraram todos. O legal é que cada um da equipe colocou suas referências — até eu provavelmente não vi todas!
Qual foi a maior dificuldade em lidar com as expectativas dos fãs?
Sandberg: O principal era deixar claro que não se trata de uma refilmagem do jogo, mas de uma nova história no mesmo universo. Queríamos que tanto os fãs quanto quem nunca jogou pudessem aproveitar.
Já há planos para uma sequência?
Sandberg: Por enquanto, só quero descansar! Mas há muitas possibilidades — novos personagens, novos cenários, outros subgêneros de terror.
Dauberman: Adoraria que os filmes e jogos coexistissem no mesmo universo, avançando a história juntos.
Gary, você está trabalhando no reboot de “Gargoyles”. Será sombrio como seus outros projetos?
Dauberman: A série original já era densa e madura. Queremos manter esse tom épico e sombrio que marcou os fãs nos anos 90.
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Este artigo foi inspirado no original disponível em variety.com