Atletas de Parkour Avaliam Realismo em Assassin’s Creed: Verdades e Ficções das Manobras nos Jogos

Foi através dos jogos de Assassin’s Creed que eu tive meu primeiro contato com o parkour, algo que provavelmente faria Toby Segar e Benj Cave, dois atletas reais de parkour da equipe Storror no Reino Unido, torcerem o nariz. Na mais recente edição da nossa série de vídeos Reality Check, convidamos Toby e Benj para avaliar a representação do parkour nos jogos da franquia.

Os dois claramente têm uma conexão com a série, mas não pouparam críticas quando o assunto foi realismo. Fiquei surpreso ao descobrir que os saltos de fé amortecidos por fardos de feno, tão icônicos nos jogos, poderiam até funcionar na vida real — segundo Toby, desde que executados perfeitamente, seria possível sobreviver a uma queda de até oito andares. No entanto, os saltos estratosféricos de Assassin’s Creed resultariam em “um contorno perfeito de um assassino no chão, logo abaixo da carroça”.

O que mais me chamou a atenção foram os detalhes que Toby e Benj notaram e que eu jamais pensaria em questionar. Por exemplo, a velocidade com que Naoe, do próximo Shadows, consegue correr em uma corda bamba, ou como Basim, de Mirage, consegue pular de um andar e aterrissar em uma corda sem escorregar ou cair nas ruas abaixo.

Curiosamente, o que Toby chamou de “um crime de ódio contra o parkour” pode ser, na verdade, uma das manobras mais realistas que eles observaram. Em uma cena dos previews de Shadows, o samurai Yasuke escala uma borda balançando a perna e apoiando o peso no joelho para se impulsionar. Esse movimento, chamado de “alpine knee”, é considerado um erro básico no parkour. Dada a sensibilidade e a biomecânica do joelho, nunca se deve apoiar o peso dessa forma durante a prática do esporte.

No entanto, isso faz todo sentido para Yasuke, que é o personagem mais bruto e menos ágil de Shadows, em contraste com a ágil Naoe. É compreensível que ele seja péssimo em parkour, especialmente quando está carregando cerca de 18 quilos de armadura laminada. Os animadores da Ubisoft podem ter escolhido essa manobra de propósito para deixar claro: “Esse cara tem um Dex de 8, no máximo”.

Além da viabilidade e da física das manobras individuais, Benj destacou que as maiores ficções em Assassin’s Creed são provavelmente a resistência de ferro e a execução impecável dos protagonistas, mesmo após horas de acrobacias nos telhados, além da improvisação constante, já que o parkour real exige um planejamento cuidadoso.

Você pode seguir Toby, Benj e a Storror no Instagram. A equipe também está desenvolvendo um simulador de parkour com o mesmo nome, que será lançado em acesso antecipado no final de março no Steam. Enquanto isso, siga o PC Gamer no YouTube para acompanhar os próximos episódios de Reality Check, além de análises em vídeo e outros conteúdos não textuais relacionados ao mundo dos jogos para PC. Nos episódios anteriores, tivemos um paleontólogo analisando os monstros de Monster Hunter e um psicólogo avaliando o drama em The Sims.


Este artigo foi inspirado no original disponível em pcgamer.com.

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