Cinecittà Aims to Create Europe’s Largest Film Production Facility

Os estúdios Cinecittà de Roma, que em seus tempos áureos abrigaram épicos como Ben-Hur, de William Wyler, e foram a casa de Federico Fellini, estão passando por uma revitalização graças a um empréstimo do fundo de recuperação pós-pandemia da União Europeia. O objetivo do complexo, outrora apelidado de “Hollywood do Tibre”, é se tornar o maior espaço de estúdios da Europa e ganhar vantagem competitiva diante de rivais como o Studio Babelsberg (Alemanha), Origo Studios (Hungria) e Nu Boyana (Bulgária). Confira abaixo os marcos recentes dessa transformação em um polo cinematográfico de ponta, que volta a atrair produções hollywoodianas.

2021: O plano de renovação

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o então primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, visitaram os estúdios e anunciaram um investimento de €300 milhões (cerca de R$ 1,6 bilhão) para atender à crescente demanda internacional por espaços de filmagem. O plano de seis anos inclui a construção de novos estúdios e a modernização dos existentes, além da criação de infraestrutura completa, com edição digital, mixagem de som e processamento de película (35mm e 16mm). A ideia é atrair grandes produtoras, emissoras e plataformas de streaming com contratos de longo prazo.

2022: Tecnologia de ponta e parcerias estratégicas

A Cinecittà inaugurou um dos maiores palcos de LED volume do mundo, com uma tela semicircular de 412 m², no recém-construído Teatro 18. Produções como Without Blood (dirigido por Angelina Jolie) e a série M (de Joe Wright) foram as primeiras a utilizar a estrutura. Além disso, o CEO Nicola Maccanico fechou um acordo de cinco anos com a Fremantle para aluguel contínuo de seis estúdios, além de uma parceria semelhante com a Endemol Shine Itália.

2023: Ocupação total e projetos de peso

Com a conclusão de 20 estúdios modernizados, a Cinecittà atingiu capacidade total, hospedando produções como a série The Decameron (Netflix), o drama Conclave (Edward Berger) e o aguardado Queer (Luca Guadagnino). A infraestrutura ampliada consolidou o complexo como um dos principais destinos para filmagens na Europa.

2024: Mudanças na liderança e desafios

Em junho, Maccanico deixou o cargo após três anos, em um momento de desaceleração causado pelas greves em Hollywood e pela incerteza sobre os incentivos fiscais italianos. Porém, em julho, a produtora Manuela Cacciamani assumiu como CEO, tornando-se a primeira mulher a comandar o estúdio em seus 80 anos de história.

2025: Novos gigantes e metas ambiciosas

Em março, Cacciamani anunciou que A Ressurreição de Cristo (Mel Gibson) e The Dog Stars (Ridley Scott) ocupariam os estúdios, com Disney e Universal também preparando grandes projetos. A meta é alcançar um faturamento de €30-35 milhões e margem de lucro de 15% até 2026, consolidando a Cinecittà como o epicentro do cinema europeu.


Este artigo foi inspirado no original disponível em variety.com

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