Noam Shuster-Eliassi Ganha o Golden Alexander no Festival de Tessalônica

O documentário “Coexistence, My Ass!”, dirigido por Amber Fares e centrado na comediante israelense Noam Shuster-Eliassi, conquistou o Golden Alexander na Competição Internacional do 27º Festival Internacional de Documentários de Thessaloniki, realizado no domingo. O júri, composto pelo diretor e fotógrafo Dimitris Athiridis, a cineasta Lauren Greenfield e a produtora Signe Byrge Sørensen, destacou: “Com uma narrativa envolvente e um desafio corajoso a todos os tabus da região do Oriente Médio, a voz desarmante e o humor de Noam convidam o público a uma compreensão mais profunda, enquanto rimos e choramos com ela, repensando nossos preconceitos com mentes e corações abertos.” O filme, descrito pela revista Variety como “urgente, revelador e profundamente compassivo”, já havia ganhado o Prêmio Especial do Júri de Liberdade de Expressão no Festival de Sundance. A vitória em Thessaloniki torna o documentário elegível para a categoria de documentários do próximo Oscar.

O Silver Alexander na Competição Internacional foi para “Free Leonard Peltier”, dirigido por Jesse Short Bull e David France. O filme, que aborda a história do ativista indígena Leonard Peltier, “fala sobre os abusos de direitos humanos contra os nativos americanos e sua resistência multigeracional, destacando a luta contínua pelos direitos à terra e aos recursos de sua nação soberana”, afirmou o júri. Uma Menção Especial foi concedida a “Child of Dust”, de Weronika Mliczewska, que acompanha um homem vietnamita em busca de seu pai, um ex-soldado americano. O júri elogiou o filme como “um retrato cinematográfico belamente filmado que conta uma história universal sobre as consequências geracionais da guerra e a busca pelo amor paterno.”

Na Competição de Novos Talentos, o Golden Alexander foi para “How to Build a Library”, dirigido por Maia Lekow e Christopher King. O documentário acompanha a missão de duas mulheres quenianas para restaurar uma biblioteca pública em Nairobi. O júri, formado pelos cineastas Inka Achté e Tünde Skovrán, e pela jornalista Tina Mandilara, destacou: “Com paixão, os cineastas expõem as marcas duradouras do colonialismo enquanto celebram o ativismo e a luta de duas amigas por espaços públicos verdadeiramente acessíveis; lugares onde as pessoas podem se conectar com suas próprias narrativas e histórias.” O Silver Alexander foi para “They Talk About Worship Here”, de Byron Kritzas, sobre a banda Kore. Ydro., de Corfu. O júri afirmou ter sido “comovido pelo coração caloroso e espírito rebelde deste filme, que lembra o público sobre o poder de cura e conexão que a arte, neste caso a música, pode ter para pessoas de diferentes gerações e fronteiras.” Uma Menção Especial foi dada a “Pet Farm”, dirigido por Finn Walther e Martin A. Walther, que aborda a história de um norueguês que deseja criar uma fazenda para domesticar raposas e vendê-las como animais de estimação. O júri destacou que o filme “fala sobre solidão, a necessidade de encontrar um eu perdido através da conexão com a versão mais primitiva da natureza, levantando dilemas morais e mostrando, com sua bela cinematografia, os problemas do mundo civilizado e supostamente progressista em que vivemos.”

Na seção Film Forward, dedicada a filmes que “experimentam com a forma e o método do cinema documentário”, o Golden Alexander foi para “Endless Cookie”, dirigido por Seth Scriver e Peter Scriver. O filme animado canadense explora “o complexo vínculo entre dois meio-irmãos — um indígena, outro branco — viajando do presente no isolado Shamattawa para a agitada Toronto dos anos 1980.” O júri, composto pela curadora de arte Nadja Argyropoulou, o produtor Grant Keir e a consultora de cinema Anne Marie Kürstein, descreveu o filme como “uma meditação afiada e engraçada sobre ‘um filme dentro de um filme’, sobre comunidade familiar e cultura compartilhada. É uma celebração da trilha sonora da vida cotidiana que nos leva a um mundo raramente acessado sem condescendência.” O Silver Alexander foi para “Meanwhile”, de Catherine Gund, descrito como “uma meditação cinematográfica sobre identidade, raça, racismo e resistência.” O júri elogiou o filme por empregar “uma forma de poética sem perder a precisão, os marcadores sociais e históricos, e um senso de criação artística coletiva que nos leva à profunda resiliência da cultura negra.” Uma Menção Especial foi concedida a “Museum of the Night”, de Fermín Eloy Acosta, sobre o artista argentino Leandro Katz e o Teatro do Ridículo em Nova York, onde atores performavam em drag, recitando “textos que misturam alta literatura com gírias queer.” O júri destacou a “pesquisa intensiva em um arquivo amplamente desconhecido e a tentativa de criar uma linguagem visual que corresponde ao tema.”

Por fim, o prêmio Immersive: All Around Cinema foi para “Sweet End of the World!”, de Stefano Conca Bonizzoni.


Este artigo foi inspirado no original disponível em variety.com

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