Las Vegas está repleta de fãs ainda mais empolgados dos Deadheads, agora que o Dead & Company realizou a segunda noite de sua segunda residência no Sphere. O show cativou os espectadores que compareceram em múltiplas noites, apresentando visuais frescos que não foram vistos na estreia, além de uma performance que muitos descreveram como ainda mais intensa e, talvez, uma das melhores da banda. Quem pensou que o grupo mostraria todos os seus truques visuais na primeira noite estava enganado. A segunda noite trouxe várias novidades visuais ao longo das três horas e meia de apresentação, além de elementos familiares da primeira residência no Sphere em 2024 que haviam sido omitidos no show de estreia. Fica claro que o co-diretor criativo John Mayer tem trabalhado duro para desenvolver novos conteúdos para o show de 2025, dos quais apenas uma parte será exibida em cada noite.
Duas das principais adições visuais da noite de sexta-feira merecem destaque. A primeira acompanhou a versão de mais de 13 minutos de “Uncle John’s Band”, que abriu o segundo set: uma projeção de dançarinos com mais de 30 metros de altura, que se moviam ao ritmo da música, sozinhos ou em pares, atrás dos músicos. Em determinado momento, os pés dos dançarinos deixaram o chão, e eles pareciam nadar ou voar pela tela oval gigante, em uma resposta quase eufórica aos solos intensos de John Mayer. A outra grande adição foi uma tapeçaria digital gigante que se movia lentamente pela tela atrás da banda, com animações surrealistas repletas de detalhes que desafiavam a percepção, mesmo durante os longos jams do Dead. A cena lembrava os visuais elaborados apresentados pelo U2 durante sua residência no Sphere, com um tema circense que incluía caixões de Uncle Sams sendo transformados em compostagem ao caírem por tubos.
A segunda noite também trouxe uma novidade para uma animação já conhecida: o passeio selvagem de moto do esqueleto icônico da banda. Após Uncle Sam subir na moto, como visto em todas as noites das residências, houve um corte para o esqueleto dirigindo por uma versão neon das ruas de Las Vegas. Diferente da noite anterior, em que a cena foi interrompida abruptamente, desta vez a animação continuou por vários minutos após a chegada à cidade.
Outras adições menos conceituais incluíram uma projeção simples de um urso dançante, símbolo da banda, criada com lasers verdes que pareciam formar um ambiente com cantos na tela curva. No entanto, alguns elementos visuais da primeira noite foram removidos, como a recriação da capa do álbum “From the Mars Hotel”, que havia sido um dos destaques visuais na estreia. Fãs que compraram ingressos para todas as noites do fim de semana certamente se sentem recompensados, já que cada apresentação traz conteúdos visuais únicos, além de setlists musicais que não se repetem.
Além dos visuais, a performance de sexta-feira foi imediatamente aclamada por alguns fãs como uma das melhores dos últimos 10 anos do Dead & Company, formado a partir das cinzas do Grateful Dead. Enquanto as reações à estreia foram mais moderadas, com críticas apontando que o primeiro set foi um tanto básico, o segundo set foi elogiado por sua expansividade e brilho. Já na sexta-feira, o show foi estruturado de forma diferente, com jams de jazz-fusion aparecendo mais cedo na apresentação. E, dos elevadores aos fóruns de fãs, a maioria concordou que o show foi incendiário do início ao fim. Comentários no Reddit incluíram frases como: “Top 5 shows do D&C de todos os tempos”, “Que show incrível”, “Foi lindo” e “Eles não tocavam tão bem há tempos”.
No San Jose Mercury News, o crítico Jim Harrington revisou o show sob o título “Dead & Company voltou com um show vastamente superior na segunda noite”, afirmando que “a musicalidade foi tão estelar que até os visuais impressionantes do Sphere ficaram em segundo plano (e isso não acontece com frequência no Sphere)”. Embora a maior parte do set fosse familiar aos fãs, houve uma estreia: uma versão de “Lay Down Sally”, de Eric Clapton, nunca antes tocada pelo Dead & Company, mas já executada várias vezes pela Jerry Garcia Band.
Outras surpresas incluíram o segmento “Drums” de Mickey Hart, que desta vez foi seguido por um solo de baixo de Oteil Burbridge, algo fora do comum. Já o momento emocionante de homenagem a Phil Lesh, com sua silhueta animada aparecendo na janela de um prédio, foi uma exclusividade da primeira noite. Na sexta, a cena voltou ao formato original, com a voz de um documentário e as sombras de toda a banda na janela.
Setlist do Dead & Company no Sphere, Las Vegas, 21 de março de 2025:
- Set 1: Cold Rain and Snow, Shakedown Street, Cumberland Blues, Lay Down Sally, Tennessee Jed, Sugaree
- Set 2: Uncle John’s Band, Estimated Prophet, Eyes of the World, St. Stephen, Drums, Space, Oteil Solo Jam, Wharf Rat, U.S. Blues, Throwing Stones, Casey Jones
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Este artigo foi inspirado no original disponível em variety.com