Até 2020, apenas 27,5% dos designers de produção da Art Directors Guild eram mulheres. Mas, em apenas cinco anos, essa realidade mudou significativamente. De acordo com a presidente da guilda, Dina Lipton, esse número aumentou consideravelmente. “Ver mais mulheres sendo indicadas a cada ano é realmente emocionante,” comenta Lipton. “Além disso, temos muitos jovens saindo da faculdade, especificamente estudando design de produção, e a maioria deles são mulheres.”
Outro marco importante é que, pela primeira vez, a guilda tem uma diretoria executiva composta apenas por mulheres. Neste ano, duas mulheres estão indicadas para o Oscar de design de produção: Suzie Davies por “Conclave” e Judy Becker por “The Brutalist”.
Com a Art Directors Guild pronta para entregar seus principais prêmios em 15 de fevereiro, Lipton reflete sobre a arte e a visão por trás dos cinco indicados da guilda que também estão na disputa do Oscar.
“The Brutalist” – Judy Becker
Judy Becker enfrentou um desafio gigantesco com um orçamento limitado, trabalhando em um filme sobre um arquiteto. O que me pareceu brilhante foi a utilização do modelo em escala do Instituto real e como eles o integraram de forma perfeita. A filmagem desse miniatura para nos fazer sentir como se estivéssemos em um espaço gigantesco foi fenomenal. A escolha das locações em Budapeste foi impecável, transportando-nos de volta à Filadélfia dos anos 1950. É um verdadeiro feitiçaria de cinema antigo. O set da biblioteca foi o ponto alto.
“Conclave” – Suzie Davies
É interessante que “Conclave” esteja na categoria contemporânea, pois, apesar de ser contemporâneo, nos faz sentir como se estivéssemos em um local sagrado e histórico. O que amei no design e na cinematografia desse filme foram os longos corredores que pareciam intermináveis. A utilização da cor vermelha, principalmente nos trajes, mas também em cada frame do filme, foi perfeita. Suzie construiu a Capela Sistina em apenas 10 semanas, o que é incrível.
“Dune: Part Two” – Patrice Vermette
Falar em tarefa monumental é falar em “Dune: Part Two”. O número de sets foi o dobro do que no primeiro filme. Eles eram enormes, e a escala foi impressionante. O set da Caverna dos Pássaros, quando Feyd-Rautha (Austin Butler) chega a Arrakis, é um dos meus favoritos. As impressões digitais eram muito simétricas. Ao entrar na Sala de Guerra, sentimos o peso de tudo. As armadilhas de vento eram incríveis, parecendo aranhas.
“Nosferatu” – Craig Lathrop
O design desse filme é extraordinário porque é quase demasiado real. Tudo, desde os prédios inclinados, é aterrorizante. Craig construiu tudo em um backlot, e realmente acreditamos estar em uma cidade histórica. A decadência do castelo e os afrescos no mosteiro foram extraordinários. Há muitos sets incríveis, e não há apenas uma coisa que se destaque. A iluminação por velas e a necessidade de projetar sabendo que seria em baixa luz também foram notáveis. As cores das paredes tiveram que ser brilhantes o suficiente para não desaparecerem naquela luz baixa. Foi esteticamente deslumbrante.
“Wicked” – Nathan Crowley
Este é o ano das bibliotecas. Sou fã de musicais, mas deve ser nervosismo enorme assumir um filme como esse. Todos sabemos dessas imagens icônicas, e precisamos criar um mundo que se sinta como o de Oz. Amei a cor, a fantasia e o estilo arquitetônico que Nathan juntou. Pareceu perfeito, mas a combinação de estilos arquitetônicos de diferentes partes do mundo foi bela. Ele criou Shiz, e a sequência é inacreditável. Além disso, não usaram muitos efeitos visuais nesse filme, e muito do que vimos foi prático, o sonho de um designer de produção. “Wicked” é simplesmente belo.
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