Dark Souls 2 é frequentemente considerado o “pior” jogo da série Dark Souls, o que não só é injusto (esse título pertence à falta de originalidade de Dark Souls 3) como ignora um fato curioso: o jogo poderia ter tido um caranguejo gigante com uma torre de castelo no lugar da carapaça.
Como revelado pela YouTuber Zullie the Witch, a área de Lost Bastille originalmente teria um chefe crustáceo colossal, que marcaria a primeira aparição de um caranguejo em uma série que adora essas criaturas. E não seria um caranguejo qualquer, mas sim um usando parte da própria Lost Bastille como casco.
O vídeo especula como essa batalha poderia ter sido. Talvez o jogador enfrentasse o caranguejo no amplo espaço em frente à torre—algo plausível, porém sem graça. A alternativa, porém, é bem mais interessante: entrar na torre, descer a escada em espiral e atacar o pobre decápode por trás até derrotá-lo, ganhando como recompensa o “Malformed Shell”, um martelo de duas mãos que existe no jogo e originalmente se chamava “Hermit Crab’s Hammer” (a “Malformed Claw” também está ligada a esse chefe cortado). Quem sabe não haveria até a opção de escolher entre os dois métodos?
A FromSoftware parece ter insistido na ideia do caranguejo, o que faz todo sentido. Há até um segundo modelo nos arquivos do jogo, também na Bastille—dessa vez com mais pernas, corpo arredondado e uma cabeça alongada, capaz de abandonar sua torre-casco e deixar o jogador atacar seu ventre desprotegido.
Tudo isso só prova que Dark Souls 2 deixou muitas ideias boas na mesa, como seu sistema de iluminação dinâmica—que a FromSoft chegou a demonstrar antes do lançamento e que modders restauraram. Além disso, há um certo ar de vazio em algumas áreas, como se faltasse um acabamento final, o que lembra os dungeon crawlers da era PS2 que estão em alta hoje. Dark Souls 2 tem uma vibe única, difícil de definir, mas que cativa.
Discutir Dark Souls 2 virou um esporte. Em 2020, James Davenport ousou defender sua genialidade, algo que muitos rejeitaram por pura falta de imaginação. Em 2022, Lincoln Carpenter destacou as dificuldades enfrentadas por quem ousa elogiar o jogo. Já em 2023, Sam Greer declarou que “o tempo redimiu Dark Souls 2″—polêmico só porque, convenhamos, ele nunca precisou de redenção.
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Este artigo foi inspirado no original disponível em pcgamer.com.