Darren Aronofsky Comenta: Método Ator Como Pretexto para Escapar do Trabalho e Ser Profissional

Não espere ver Darren Aronofsky defendendo o Método de Atuação tão cedo. Em um masterclass realizado em Paris no sábado, o cineasta foi direto ao ponto: “Odeio atores do Método”. Para ele, a técnica de nunca sair do personagem é apenas “um escudo para evitar o trabalho duro e a profissionalização”.

“Claro, pesquisa e dedicação são fundamentais, mas no fim das contas, atuar é fingimento”, continuou Aronofsky. “Se a cena for intensa, faz sentido manter o foco e o isolamento entre as takes para preservar a emoção. Mas é como um esporte: um grande jogador de basquete não fica driblando o tempo todo. Você se prepara, faz sua lição de casa e entra em cena. A realidade do set é fictícia — só existe entre o ‘ação’ e o ‘corta’.”

O diretor de Cisne Negro não citou nomes, mas seu próximo protagonista, Austin Butler (Caught Stealing), é conhecido por mergulhar profundamente em seus papéis. Questionado sobre como lida com metodistas, Aronofsky admitiu que o extremismo pode ser aceitável, “desde que não atrapalhe o resto da equipe”. Brincando, revelou sua estratégia: “Se é assim que querem gastar seu tempo, tudo bem. Só insisto para que relaxem um pouco!”

Durante uma retrospectiva de sua carreira na Cinemateca Francesa, Aronofsky também traçou paralelos entre seus trabalhos anteriores e Caught Stealing. Como em outros quatro de seus filmes, ele estruturou o novo projeto em torno de uma presença poderosa na tela — no caso, Butler, seu “pilar”. “Criamos um mundo ao redor dele”, explicou.

O cineasta descreveu Caught Stealing como um “exercício refinado” no gênero policial, comparável a Cisne Negro. “É um filme de crime que buscamos fazer com excelência — e foi divertido. Não há problema em pegar um gênero clássico e elevá-lo, com verdadeiro artesanato.”

Curiosamente, Aronofsky relacionou a escuridão de seus filmes ao momento político global. Em 2000, quando lançou Réquiem para um Sonho, “Paris Hilton era a pessoa mais famosa do mundo”. Agora, com Trump no topo, ele brinca: “Preciso me esforçar mais para ser otimista. Diante de tantos desafios, busco conexões — e é nisso que trabalho atualmente.”


Este artigo foi inspirado no original disponível em variety.com

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