Charli XCX foi a primeira a anunciar o “verão de Joachim Trier” no Coachella, e agora Elle Fanning — uma das estrelas de seu novo filme, Sentimental Value — está reforçando a ideia. Na quinta-feira, Fanning apareceu na conferência de imprensa do filme em Cannes usando uma camiseta branca com a frase estampada. O longa, que teve uma ovação de 15 minutos na noite anterior — a mais longa da competição até agora —, está sendo cotado como favorito à Palma de Ouro deste ano. Questionado sobre a camiseta de Fanning, Trier brincou: “Fiquei animado por você ter feito isso. Charli XCX deu um alô pra gente, e somos super gratos. Adoro a música dela, ela é incrível. Sei que a Elle também é fã. O problema é que trabalhei tanto nos últimos três anos que nem sei mais o que é um ‘verão de Joachim Trier’. Mas adoraria ter um.”
Fanning, de 27 anos, que cresceu sob os holofotes como atriz mirim ao lado da irmã Dakota, também falou sobre a evolução de sua carreira depois que um jornalista destacou que este pode ser seu papel mais maduro até hoje. Ela interpreta Rachel Kemp, uma estrela de Hollywood convidada para um projeto pessoal do diretor Gustav Borg (Stellan Skarsgård), inicialmente oferecido à sua filha Nora (Renate Reinsve). Rachel acaba desistindo do filme após se envolver nos dramas familiares deles. “Com o tempo, o mundo se abre e você recebe mais oportunidades. Tive sorte com este papel”, disse Fanning. “Nunca estive na mesma situação que Rachel, mas já li roteiros em que pensei: ‘Não sou a pessoa certa para essa personagem, talvez outra fosse melhor.’ Sempre fui muito intuitiva.” Ela acrescentou: “Cresci na minha autonomia e em me posicionar nesse meio.”
Sobre trabalhar com Trier, Fanning confessou ser fã de The Worst Person in the World e que ele estava em sua lista de diretores desejados. “Quando li o roteiro, fiquei impactada. Não se encontra algo tão emocionante e cheio de nuances todos os dias. Li tudo rapidinho — quando faço isso, é porque adorei.” A atriz lembrou de se encontrar com Trier em Oslo antes das filmagens de Predator: Badlands na Nova Zelândia, que ela descreveu como “um blockbuster”. “Tivemos conversas profundas sobre a Rachel. O ambiente que ele cria é um espaço seguro para explorar coisas que você nem sabia que tinha dentro de si.”
Trier também falou sobre a emotividade do filme, admitindo que inicialmente teve receio de abordá-la, já que ele e o co-roteirista Eskil Vogt vêm de uma “pegada punk”. “Éramos contra o senso comum e não queríamos filmes melosos”, explicou. “Mas, com o tempo, percebemos que o mundo é duro, e talvez precisemos mostrar vulnerabilidade. Chegamos à conclusão de que ternura é o novo punk. É o que eu preciso agora — acreditar que há reconciliação, que o machismo e a polarização não são o único caminho.”
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Este artigo foi inspirado no original disponível em variety.com