Para entender o quão diversificado o mundo da mídia esportiva se tornou, basta olhar para o “SportsCenter” da ESPN. O principal noticiário da ESPN tem várias edições ao longo do dia em plataformas lineares, além de conteúdo dedicado nas principais redes sociais, incluindo Snapchat. E, para atrair o público mais jovem e casual, há até um espaço exclusivo chamado “SC+” no Disney+. O objetivo do “SportsCenter” é alcançar seu público onde ele estiver — e isso está prestes a ficar ainda mais personalizado, como explicou Jo Fox, vice-presidente sênior de marketing da ESPN, durante o painel “Understanding the Power of Sports Fandom” no Variety Entertainment Marketing Summit, apresentado pela Deloitte.
Em uma conversa com Adam Deutsch, diretor-gerente da Deloitte Consulting, Fox destacou que o lançamento da ESPN como plataforma digital independente trará ainda mais customização ao programa. “Em breve, teremos um ‘SportsCenter’ personalizado para cada fã, já que estamos indo direto ao consumidor”, disse Fox. “Nosso desafio é atender todos esses públicos de forma ampla, mas também pensando em quem são os talentos que usamos, quais marcas criamos e como entregamos a informação que os fãs querem, na plataforma e no tom que preferem.”
Fox ressaltou que, só em março, a ESPN alcançou cerca de 200 milhões de adultos em suas plataformas digitais, com sua equipe de redes sociais produzindo entre 400 e 500 clipes por dia. Esses clipes são essenciais para engajar millennials e a Geração Z. “Essa geração mais jovem consome clipes mesmo sem assistir ao esporte ao vivo”, explicou Fox. “Além das notícias esportivas essenciais, também queremos entregar o que eles buscam na cultura pop.”
Deutsch complementou: “Com a capacidade de produção que a ESPN tem, é possível estar presente de forma relevante e autêntica em todas as plataformas.” Ele também citou uma pesquisa da Deloitte que apontou que 40% da Geração Z assina serviços de streaming principalmente para ter acesso a esportes ao vivo. Por outro lado, 27% dos consumidores afirmam não precisar de assinaturas esportivas, já que conseguem ver os melhores momentos em canais gratuitos e plataformas digitais. “Eles estão tão envolvidos com jogos, podcasts, rádio e TV que dizem: ‘Tenho acesso fácil aos melhores momentos e não preciso assinar nada.’ É um equilíbrio entre duas tendências”, concluiu Deutsch, em debate mediado por Andrew Wallenstein, presidente da Variety Intelligence Platform.
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Este artigo foi inspirado no original disponível em variety.com