Chris DeFaria: Economia Criadora e Inversão do Processo de Desenvolvimento

Chris DeFaria: Economia Criadora e Inversão do Processo de Desenvolvimento

Chris DeFaria, produtor e executivo de carreira, vê o surgimento da economia de criadores e a capacidade de se adaptar a tecnologia como uma "enorme oportunidade" que inspirou a criação da Chronicle Studios, um novo tipo de empresa de entretenimento.

📅 Publicado: 07/05/2025 às 11h21
⏱️ 3 minutos de leitura

O experiente produtor e executivo Chris DeFaria, conhecido por trabalhos como o vencedor do Oscar Gravity e por sua passagem como presidente da DreamWorks Animation, enxerga na economia dos criadores e no uso estratégico de novas tecnologias uma “oportunidade enorme”. Foi essa visão que motivou a criação da Chronicle Studios, um novo modelo de empresa de entretenimento que ele cofundou recentemente, com acesso rápido a capital, ferramentas de IA e um processo de desenvolvimento inovador. Durante sua participação no evento FMX, em Stuttgart (Alemanha), ele detalhou a estratégia da empresa e discutiu o cenário atual do mercado audiovisual.

“Hollywood vive um momento de caos. O modelo atual é insustentável”, admitiu DeFaria, destacando os altos custos de produção e a aversão a riscos dos estúdios. “Isso resulta em uma escassez de conteúdo original e dificulta a vida dos cineastas.” A Chronicle, no entanto, busca reinventar o processo de desenvolvimento de propriedade intelectual (IP), começando pelo engajamento do público em plataformas como redes sociais e avançando em “pequenos passos”, sempre guiados por análises de dados. “Nossa IA não é usada para produzir ou animar, mas sim em ferramentas analíticas”, explicou. “Aprendemos com esses dados e avançamos gradualmente, parando quando o público perde interesse. É um modelo mais inteligente e alinhado com a realidade do consumidor.”

Atualmente, a Chronicle já tem cinco projetos em andamento e analisa dezenas de ideias por semana. O foco está em identificar talentos e trabalhos em estágio inicial (além de conceitos, mas ainda não finalizados). Se fecharem um acordo de direitos, criam um plano de curto prazo. “É como na indústria musical: começamos em casas noturnas para construir uma base de fãs antes de ir para os estádios”, comparou DeFaria.

Um dos exemplos citados é um ex-colaborador da DreamWorks que escreveu um roteiro de animação. “Vamos desenvolver os personagens primeiro e trazê-los à vida em conteúdo próprio, sem focar no filme em si, mas em como eles se conectam com o público nas redes sociais, usando análises precisas. Se houver engajamento, podemos avançar para um longa com um público já cativo.” Outro caso envolve um musical que viralizou no TikTok, onde fãs recriaram as músicas. “A força dessa comunidade é algo que queremos aproveitar”, disse. A empresa também fechou parceria com um artista italiano cujos personagens, criados com a participação de seguidores, podem virar uma animação original.

Para DeFaria, o segredo está no que ele chama de “economia do engajamento”. “Comece pequeno, teste suas ideias e evolua com feedback real. Se você acredita no projeto, o processo será prazeroso, e o mercado perceberá seu potencial”, aconselhou. “É a primeira vez que temos essa chance de validar ideias antes de investir tudo nelas.”


Este artigo foi inspirado no original disponível em variety.com

Deixe um comentário