Se alguém me perguntasse como tornar o Counter-Strike 2 mais casual sem perder suas características essenciais—como os bomb sites, o sistema de economia, o andar silencioso e o tempo de morte rápido—eu primeiro perguntaria por que estão tentando encaixar algo que simplesmente não se encaixa.
Não existe essa de “relaxar” jogando uma partida de CS2. O jogo é extremamente difícil, pune erros sem piedade, as balas não vão exatamente para onde você mira, e é assim que milhões de jogadores gostam que seja. Vários já tentaram suavizar a experiência, mas todos acabaram aprendendo que tentar disfarçar o combate intenso do CS2 corre o risco de diluir sua essência, a ponto de se parecer mais com Call of Duty.
Fragpunk é o primeiro FPS a conseguir equilibrar essa equação. É um Counter-Strike casual, um Valorant sem habilidades ultimates, um Call of Duty com rodadas… na verdade, Fragpunk é tantos jogos ao mesmo tempo que se torna algo verdadeiramente único. Há centenas de pequenas decisões de design que fazem o jogo funcionar, mas eu identifiquei quatro mudanças brilhantes em relação aos tac shooters tradicionais que mantêm o estresse baixo e a diversão no máximo.
Shard Cards (óbvio)
Se você entrar em sua primeira partida de Fragpunk com a mesma mentalidade competitiva do Counter-Strike, o primeiro sinal de que precisa relaxar são as Shard Cards: modificadores poderosos sorteados aleatoriamente e ativados por votação dos jogadores entre cada rodada. Essas cartas variam de pequenos buffs a mudanças absurdas nas regras, como uma carta que remove um dos bomb sites, outra que permite botar um ovo que cura sua vida, ou minha favorita: uma que tira todas as armas dos jogadores, forçando uma rodada de “só facas”. Adoro como elas são divertidas e como muitas parecem brincar com as regras clássicas dos servidores de FPS.
As Shard Cards também funcionam como um calmante natural para os ânimos exaltados. É difícil se sentir mal por perder uma rodada quando o motivo foi o time adversário ter espadas que bloqueiam balas. Elas são tão despretensiosas que, a princípio, seu poder aleatório parece incompatível com um formato competitivo baseado em rodadas. No entanto, há uma dose considerável de estratégia envolvida na escolha delas.
Fragpunk consegue ser uma experiência única porque abraça o caos sem perder a essência tática. É um jogo que sabe rir de si mesmo, mas ainda exige que você pense antes de agir. E, no fim das contas, é essa combinação que o torna tão especial.
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Este artigo foi inspirado no original disponível em pcgamer.com.