Mercado de Projetos da FilMart de Hong Kong Ganha Vida com Mais Animações

A animação asiática continua a evoluir e a expandir sua presença no cenário global, tanto em termos artísticos quanto comerciais. Esse crescimento é especialmente evidente no Hong Kong — Asia Film Financing Forum (HAF) deste ano, onde diversos projetos promissores serão apresentados a potenciais compradores, vendedores e coprodutores. Além disso, um sétimo projeto de animação será destaque no segmento dedicado à Indonésia. Realizado em conjunto com o FilMart, o HAF recebeu 60% mais inscrições de animações em comparação com o ano passado. A seleção deste ano inclui tanto veteranos da indústria quanto novos talentos, como o renomado diretor Toe Yuen, vencedor do Cristal de Annecy em 2003 com o filme “My Life as McDull”. Abaixo, confira um panorama dos filmes de animação apresentados no HAF.

Cloud of the Unknown

Diretor: Gao Yuan (Hong Kong, França)

Baseado no curta-metragem homônimo de Yuan e produzido por Isabelle Glachant e Camille Li, este longa em 2D é uma exploração surreal de sonhos e realidade. Produzido pela Chinese Shadows e Shasha & Co. Production, o filme acompanha Yun, uma garota que desaparece em mundos estranhos ao adormecer, e Sha, que sonha em ser um pintor paralisado em um mundo distópico. Quando seus caminhos se cruzam, eles começam a questionar a natureza de sua existência. “O encontro entre Yun e Sha os motiva a explorar a si mesmos de forma mais profunda”, explica Yuan.

Fly!

Diretores: Pelixiano Saputranovic, Ellen Xie (Indonésia)

Produzido pela ArtCodeStory e MOAI Entertainment, “Fly!” é uma história ambientada na paisagem espiritual de Bali. O filme segue Wayan, um jovem balinês que embarca em uma jornada mística para reencontrar seu pai perdido. Ao explorar o mundo dos espíritos, Wayan enfrenta uma escolha que pode mudar seu destino para sempre. “Em um mundo onde tantos experimentam a dor da separação, ‘Fly!’ é um lembrete de que o amor nunca desaparece — ele apenas se transforma”, afirma Saputranovic. O filme está em desenvolvimento, com previsão de conclusão para 2027.

Light Pillar

Diretor: Xu Zao (China)

Produzido por Da Peng e Lu Xiaowei, “Light Pillar” se passa em um estúdio de cinema quase abandonado, misturando sequências live-action e animação. A história acompanha Lao Cha, um zelador que encontra companhia em um gato de rua e faz amizade com uma mulher chamada Li em um mundo virtual, apenas para descobrir que Li é, na verdade, um menino de 10 anos. O filme, produzido pela Fengduan Film, explora temas como amor, felicidade e ciclos de renovação. “O amor e a felicidade às vezes precisam ser perseguidos, mas, na maioria das vezes, precisam ser descobertos”, diz Zao, vencedor do Golden Dove no DOK Leipzig com o filme “No Changes Have Taken in Our Life”.

A Mighty Adventure

Diretor: Toe Yuen (Taiwan, Hong Kong, Malásia)

Alinhado à tendência de animações sem diálogo — como o vencedor do Oscar “Flow” e o indicado “Robot Dreams” —, o filme de comédia e ação “A Mighty Adventure” segue três insetos (um gafanhoto, uma aranha e uma borboleta) enquanto navegam por uma selva de concreto. Produzido pela Zero One Film e Flystudio, o filme combina imagens reais com insetos em CG para criar uma experiência visual única. “Este não é apenas um experimento visual — é uma jornada universal e divertida para todas as idades”, afirma Yuen, ex-vencedor do Annecy. O filme está em pós-produção e deve ser finalizado até o verão.

MIN

Diretora: Li Jiajia (China)

Produzido pela China Academy of Art, School of Animation and Games, “MIN” mergulha nas lutas silenciosas de sua protagonista, que enfrenta as complexidades do casamento e da maternidade. O filme explora o delicado equilíbrio entre desejos pessoais e expectativas sociais. “O filme usa a animação, um meio distante da ‘realidade’, para apresentar uma história com um forte senso de realismo”, explica Li Jiajia, que foi diretora de arte no filme “Art College 1994”, exibido em competição em Berlim.

Wildheart

Diretor: Marceau Nakayama (França, Bélgica, Japão)

Co-escrito por Nakayama e John A. Scott, “Wildheart” é um drama familiar ambientado no final dos anos 1960, em Tóquio. Produzido pela Keytales Studio (França) e Forerunner Films (Bélgica), o filme acompanha Makoto, uma garota de 11 anos que cuida de seu irmão mais novo, Kenta. Enquanto procuram pela mãe, Makoto lida com a culpa de esconder uma informação crucial de Kenta. O filme utiliza uma abordagem única chamada CineMation, que mescla narrativa live-action com a liberdade visual da animação. “Wildheart é uma fusão das sensibilidades do cinema japonês e internacional, resultando em uma narrativa distinta e original”, afirma Nakayama.

The Tale of the Holy Beast

Diretora: Triparna Maiti (Índia)

Produzido por Bejon K Vinod, “The Tale of the Holy Beast” conta a história comovente de um filhote de elefante que perde sua manada para caçadores e é vendido a diversos donos ao longo da vida. O filme, produzido pela FAEM, explora a relação entre humanos e animais sob a perspectiva do cativeiro. “Usando a animação, estamos explorando as emoções selvagens e as complexidades do cativeiro”, explica Maiti. O projeto está em desenvolvimento, com previsão de conclusão para outubro de 2028.


Este artigo foi inspirado no original disponível em variety.com

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