A história do possível casamento entre Intel e TSMC parece não ter fim, e agora surge mais um capítulo nesse enredo digno de ficção. Segundo relatos, as duas gigantes de chips teriam fechado um acordo “preliminar” para uma joint venture que administraria as fábricas de semicondutores (ou “fabs”) da TSMC.
Não é a primeira vez que esse boato circula. Anteriormente, especulou-se que a TSMC teria convidado Nvidia, AMD e Broadcom para participar dessa parceria. Desta vez, a informação veio à tona através do The Information (via Reuters), mas ainda não está claro se outras empresas estão envolvidas.
O diferencial agora é que as negociações avançaram para um estágio mais concreto, com a TSMC supostamente adquirindo 20% das fabs da Intel como parte do acordo. Ambas as empresas se recusaram a comentar o caso.
Há menções sobre “Intel e outras empresas de chips dos EUA” detendo participação majoritária na nova empresa, que seria uma reformulação da atual Intel Foundry. No entanto, os detalhes são nebulosos, deixando tudo no campo das especulações—por mais persistentes que sejam.
O que podemos concluir disso? Primeiro, mesmo que verdadeiro, o acordo não necessariamente obriga nenhum dos lados a seguir adiante. Segundo, as informações são escassas para tirarmos conclusões definitivas.
Por exemplo, não está claro até que ponto a TSMC se envolveria na gestão das fabs da Intel. A TSMC tem um histórico recente mais sólido na operação de fábricas de chips, mas não seria simples chegar e dar ordens como “aperte aqui, ajuste ali e pronto!” A fabricação de chips é absurdamente complexa, e qualquer mudança exigiria anos para surtir efeito. O processo 18A da Intel, por exemplo, já está definido—assim como um possível cenário em que a Nvidia assumisse a divisão Radeon da AMD: o RX 9070 já estaria pronto, e a influência da Nvidia só apareceria em GPUs futuros.
Colocando o chapéu da desconfiança por um momento, esse tipo de acordo “meia-boca” pode ser uma jogada estratégica de ambas as partes para ganhar tempo em meio à instabilidade geopolítica atual. A TSMC pode estar tentando mostrar esforços para produzir chips nos EUA e evitar tarifas, enquanto a Intel busca acalmar investidores preocupados com o desempenho de suas fabs. Um acordo preliminar, sem compromissos firmes, serviria como um paliativo até que a Intel descubra se o 18A vai decolar ou não.
Se as tarifas persistirem e o 18A for um fracasso, talvez o negócio vá adiante. Mas, se as tarifas caírem ou uma nova administração americana surgir, e se o 18A for um sucesso, tudo pode ser esquecido silenciosamente.
Vale lembrar que o evento Direct Connect da Intel, focado em foundries, acontecerá em 29 de abril. Se houver algum anúncio sobre parcerias ou mudanças na Intel Foundry, esse seria o palco ideal.
—
Este artigo foi inspirado no original disponível em pcgamer.com.