Jeremy Strong Descreve Servir no Júri de Cannes Como Experiência Transformadora

Jeremy Strong está refletindo sobre os últimos 11 dias como membro do júri de competição do Festival de Cannes, comparando a experiência ao processo de escolha de um novo papa, retratado no filme indicado ao Oscar, Conclave. “Sinto-me imensamente inspirado pelo que vi aqui”, disse Strong durante uma coletiva de imprensa após o júri premiar It Was Just an Accident, de Jafar Panahi, com a Palma de Ouro. “Foi algo tão revitalizante, e essa contagem cumulativa do trabalho ficará comigo.”

Strong continuou: “Esta foi uma experiência maravilhosa, uma conexão real com essas pessoas — é como um ‘Conclave’ com champanhe. Foi incrível.” Ele integrou o júri presidido por Juliette Binoche, ao lado de Halle Berry, Payal Kapadia, Hong Sansoo, Alba Rohrwacher, Leïla Slimani, Dieudo Hamadi e Carlos Reygadas.

Durante a coletiva, o grupo explicou a decisão de conceder o prêmio principal a It Was Just an Accident, que acompanha um grupo de ex-prisioneiros no Irã decidindo se devem ou não se vingar de um homem que acreditam ter sido seu carcereiro torturador. O filme marca o primeiro projeto de Panahi desde sua prisão por vários meses em 2023, após criticar o governo iraniano.

“É muito humano e político ao mesmo tempo, porque ele vem de um país complicado, politicamente falando”, afirmou Binoche. “Quando assistimos ao filme, ele se destacou. A obra surge de um sentimento de resistência, sobrevivência, algo absolutamente necessário hoje. Por isso, achamos importante dar a este filme o prêmio máximo.”

Ela acrescentou: “A arte sempre vencerá. O que é humano sempre vencerá. Nossa pulsão criativa pode transformar o mundo.” Strong concordou, dizendo que o júri “quis reconhecer filmes que consideramos intrinsecamente transcendentais como obras”, alinhando-se ao discurso de Robert De Niro na abertura do festival, quando afirmou que “fascistas devem temer a arte.”

Falando sobre It Was Just an Accident e os outros filmes premiados, Strong citou o dramaturgo Henrik Ibsen: “Ibsen falou sobre ‘no fundo, há um poema dentro de um poema. E quando você ouve isso, quando compreende, entenderá minha canção’. Sinto que este filme e os outros têm esses poemas dentro do poema, permitindo-nos captar algo inefável que me transformou.”


Este artigo foi inspirado no original disponível em variety.com

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